Londrina continua a registrar queda no número de acidentes e de vítimas não fatais nas ruas e avenidas. Entre janeiro e outubro, a cidade computou 2.879 ocorrências com 3.352 pessoas envolvidas. O saldo, respectivamente, é 7% e 9% menor do que o apontado no mesmo período no ano passado. Já o índice de óbitos se manteve estável, com 75 mortes. Trinta e cinco foram de motociclistas, 20 aconteceram por atropelamento e outras 20 foram registradas entre condutores e passageiros de automóveis. As informações são do Placar do Trânsito, levantamento bimestral divulgado na última quarta-feira (14) pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU).
O estudo aponta 34 ocorrências fatais na hora, no local do acidente, 24 até um dia após o ocorrido e 17 depois deste intervalo. Entre os mortos, 32 possuíam entre 18 e 30 anos, 27 estavam na faixa etária entre 31 e 59 anos e 13 tinham idade superior a 60. Destes, 11 perderam a vida em decorrência de atropelamentos. Na contagem geral, foram 59 homens e 16 mulheres.
A sondagem indica 67 óbitos na área urbana e 8 na zona rural. Administradas pela CMTU, as vias municipais contabilizaram 54 ocorrências, sendo que as avenidas Dez de Dezembro e Saul Elkind lideram entre as mais violentas, com 4 e 3 mortes cada uma. No ranking das rodovias federais e estaduais com maior letalidade, a PR-445 está no topo, com 11 casos, seguida da BR-369, com 8 episódios.
Na avaliação do diretor de Trânsito da CMTU, Pedro Ramos, a diminuição dos acidentes e das vítimas é resultado do trabalho de fiscalização que vem sendo feito no município. "Quando o poder público intensifica as operações, passando a estar mais presente nas vias, o que ocorre é uma queda natural nas estatísticas. Isso porque tais ações, realizadas nos horários de maior movimentação, atingem uma parcela da população mais propensa a se envolver em incidentes de menor gravidade", disse.
Ramos ressaltou, no entanto, que boa parte das mortes registradas destoa dos padrões historicamente observados. "Muitos casos independem de patrulhamento e têm muito mais a ver com a consciência e o comportamento do condutor. Tivemos óbitos em pontos semaforizados e com sinalização em dia, o que demonstra avanço de sinal vermelho. Contabilizamos também episódios fatais envolvendo menor de idade e motorista com habilitação vencida há 12 anos. Em outra situação, uma condutora sem cinto de segurança foi ejetada do carro depois que o veículo aquaplanou na Dez de Dezembro. Ou seja, são acontecimentos difíceis de prever, atrelados principalmente ao preparo e educação de quem está atrás do volante", contou.
Neste sentido, o diretor disse ainda que a CMTU tem atuado em frentes distintas. Blitze em parceria com a Polícia Militar (PM), aumento na implantação de faixas de pedestre da campanha "Olhe e Sinalize" e ações educativas em eventos, escolas, associações e empresas estão entre as iniciativas.
Outra medida estudada pela companhia é a realização de cursos de direção defensiva para motociclistas. "Estamos em contato com as fabricantes para verificar a viabilidade desta parceria. Por se tratar de veículo barato, de fácil aquisição, muitas motos vão parar nas mãos de pilotos inexperientes, o que aumenta os riscos de acidentes", contou Ramos.
Autuações – A mais nova edição do Placar do Trânsito revela ainda que, entre janeiro e outubro, o número de multas aplicadas em Londrina foi de 152.347. Exceder a velocidade máxima da via em até 20% foi a infração mais cometida no período, com 68.135 casos. Em seguida vem o avanço de sinal vermelho, com 14.409, e o abuso do acelerador entre 20% e 50% superior ao limite permitido, com 13.648 autos. No mesmo intervalo do ano passado, as autuações chegaram a 157.164.