Noite e dia, as raízes que ficaram presas às calçadas da Vila Nova, no centro de Londrina, preocupam o assegurado Milton da Silva Nantes, 62 anos, e toda a vizinhança. "Sempre estou atrás da Sema [Secretaria Municipal do Ambiente] para resolver isso e agora mais ainda, porque minha mãe caiu e se machucou na calçada, bem perto de nossa casa."
Segundo ele, dona Etelvina Nantes, 89 anos, precisou até de atendimento médico. "Foi atendida na UPA [Unidade de Pronto-Atendimento] do Jardim do Sol. Minha mãe tem saúde e não posso privar ela de dar uma volta ou ir ao mercado, coisas que ela faz e pode, mas agora precisou até ir para a casa de meu irmão para receber cuidados especiais." E acrescenta: "a gente paga imposto, mas quando depende do poder público, ele não nos atendem."
Indignado, Nantes pede que a reportagem veja o entorno. "Olha, para eles cortarem [a árvore], foi um parto. Foram anos e anos de pedidos e protocolos. Depois que cortaram, deixaram os troncos e galhos, ocupando todas as calçadas."
Com mais um tanto de insistência, o reclamante diz que recolheram os galhos e troncos. "Mas ainda tem os tocos e esses restos de troncos, por serem tão grandes ocupam grande parte da calçada e impedem que a pessoa continue o caminho em segurança."
Moradores vizinhos de Nantes demonstram que zelam pela casa, bairro e cidade. "Veja que bonito esse jardim, as calçadas bem cuidadas e as árvores que temos. Tudo feito por iniciativa da Prefeitura e quando precisamos da Prefeitura é esse descaso."
Em outras ruas da Vila Nova, é possível encontrar exemplares de tocos que ficaram no caminho. Sendo alguns, queimados. "Tem gente que bota fogo para se livrar, mas a gente sabe que isso não é certo e também faz muito mal, pois polui e prejudica os mais velhos, crianças e quem tem problema respiratório principalmente."
Resposta
Em nota, a Sema esclarece: "para checarmos data de corte do indivíduo arbóreo em questão é necessário informar o número do processo que gerou o serviço ou o endereço completo para que seja feita busca no sistema. Com relação ao destocamento, de fato alguns têm permanecido no local de corte uma vez que a Sema nunca possuiu os equipamentos necessários para a retirada. No entanto, estamos com recurso aprovado para a compra de alguns equipamentos, entre eles o destocador, em fase de licitação. A queima de resíduos, mesmo que de madeira, é proibida, podendo ser denunciado junto a esta Sema. Com relação ao toco, não temos previsão de retirada, pois dependemos da compra do equipamento. Com relação aos galhos, foi incluído na planilha de execução da próxima semana, se ainda estiverem no local".