''Sete pessoas morreram e 34 ficaram feridas em um grave acidente ocorrido na tarde de ontem no aeroporto de Londrina. A aeronave ATR - 45 da Air Never, prefixo ABC, com 38 passageiros e três tripulantes, proveniente de Curitiba, sofreu uma pane no motor propulsor, quando estava em procedimento de pouso, saindo da pista. A aeronave armazenava 1.500 litros de combustível, o que causou um incêndio de grandes proporções...''
Felizmente, esse não foi um acidente real, mas um Exercício Simulado de Emergência Aeronáutica Completo (EXEAC), realizado pela Coordenação de Segurança da Infraero. A simulação serviu para aferir o Curso de Atendimento Pré-Hospitalar, ministrado durante a semana aos 50 novos integrantes do Corpo de Voluntários de Emergência (CVE) do aeroporto Governador José Richa. Durante o exercício foram verificados os procedimentos de emergência, primeiros-socorros e transporte de feridos do possível acidente aeronáutico.
No pseudoacidente, dois caminhões de combate a incêndio da Infraero debelaram o fogo. Os Cveanos tiveram de prestar os primeiros-socorros às vítimas (40 recrutas do Tiro de Guerra) de queimadura, fratura, laceração, parada cardiorrespiratória. Os acidentados foram colocados em lonas de diferentes cores, conforme a gravidade dos ferimentos.
Entre gritos de ''precisamos de maqueiros'', ''chamem um médico'', ''cada ferido uma dupla'', os voluntários precisaram demonstrar conhecimento, agilidade e atenção para realizar a triagem e estabilização das vítimas. O evento contou com a presença do 3º Grupamento de Bombeiros, Polícia Militar, Instituto Médico Legal, empresas aéreas, rede médico-hospitalar pública e particular, além do Tiro de Guerra.
Segundo o coordenador do curso, bombeiro Gilson Bispo de Santana, o exercício foi excelente. ''O que foi proposto durante as aulas eles aplicaram. O trabalho do CVE é muito importante em um sinistro aeronáutico porque os bombeiros não têm condições de lidar com tantas vítimas'', afirmou.
''Quanto mais Cveanos uma cidade possuir, maiores são as chances de os primeiros-socorros serem bem prestados'', acrescentou o superintendente do aeroporto de Londrina, Marcus Vinícios Pio.
A operadora de Sistema Informativo de Voo Mayara Bregion ressaltou que os procedimentos aprendidos durante o curso poderão ser aplicados também no dia a dia. ''Já aconteceu de precisar prestar os primeiros-socorros a uma pessoa que havia sofrido uma queda e não soube o que fazer'', contou.
''Até em casa podemos nos deparar com situações de ferimentos, queimaduras, picadas de animais peçonhentos e colocar em prática o que foi aprendido no curso'', exemplificou a vigilante Ana Cristina Hernandes.
O agente de proteção José Roberto Machado avaliou a simulação como cansativa, mas gratificante. ''Exigiu atenção e controle emocional, mas valeu a pena'', opinou.