Funcionários e pesquisadores das 40 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fizeram uma manifestação hoje pela manhã pedindo reajuste salarial de 20%. Em Londrina os funcionários foram para o Calçadão, no centro da cidade, onde distribuíram cerca de 1.000 garrafinhas de suco de soja nos sabores de maracujá, abacaxi e laranja e um panfleto explicando o protesto para a comunidade.
De acordo com a diretora-presidente do Sindicato Nacional de Pesquisa Agropecuária (Sinpaf) - seção sindical soja, Roseli Rossi Cardoso, praticamente 100% dos servidores aderiram à paralisação. Dos 300 funcionários da unidade em Londrina, somente um, que trabalha na casa de vegetação, não parou. Roseli explica que este servidor não poderia aderir ao movimento porque, se ninguém irrigar as plantas, os pesquisadores podem perder até sete anos de trabalho.
Esta é segunda paralisação nacional da categoria. A primeira aconteceu no dia 17 de junho. O manifesto foi a forma encontrada pelo sindicato para agilizar o processo de dissídio ajuizado no Tribunal Superior do Trabalho (TST) há cerca de três meses. ''Estamos esperando que o TST agende a audiência de conciliação para ver se a empresa melhora a proposta'', afirma. Em maio a Embrapa propôs reajuste de 1%.
A funcionária do laboratório, Eliza Nakamura, que trabalha na empresa há 25 anos, lembra da importância da pesquisa para a economia do País. ''A Embrapa ajuda no desenvolvimento da agropecuária brasileira e ninguém está reconhecendo isso'', indigna-se.