Londrina

Sem fiscalização eletrônica, multas caem 20% em Londrina

30 dez 2014 às 13:20

A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) vai fechar 2014 com redução no número de multas aplicadas em relação ao ano passado. De acordo com os dados da CMTU, 91.031 autuações foram registradas neste ano até a semana do Natal, o que representa queda de aproximadamente 20% no comparativo com 2013, que teve 118.087 multas.

Com o fim do contrato com a empresa responsável pela fiscalização eletrônico, os vídeos-vigias foram desativados no início do ano. Em 2013, a CMTU registrou 28.503 infrações flagradas pelo vídeo-vigia. Neste ano, foram apenas 1.082 no mês de janeiro.


Além disso, a fiscalização eletrônica multou 27.612 motoristas que avançaram o sinal vermelho em 2013. Sem os equipamentos, o número caiu para 1.994 autuações registradas pelos agentes municipais trânsito.


O diretor de Trânsito da CMTU, Hemerson Pacheco justificou que a redução das multas também está ligada a postura dos agentes voltada, principalmente para educação no trânsito. "Estamos trabalhando de maneira preventiva e ostensiva. Os agentes permanecem por pouco tempo em um ponto com os radares móveis e logo passa para outro local. Assim, multiplicamos a fiscalização e os motoristas tomam mais cuidado", explicou.


Ele também garante que os agentes estão proibidos de realizar a fiscalização com radares móveis escondidos. "Os agentes devem ficar expostos para que o motorista saiba que ele está fiscalizando e passe a prestar mais atenção", afirmou. Atualmente, a CMTU possui 50 agentes que trabalham nas ruas entre servidores que fiscalizam o trânsito e o Código de Posturas.


Questionado se a queda na arrecadação atrapalha o serviço, Pacheco respondeu:"A comemoração do aumento das multas revela que o órgão fiscalizar é incompetente e que não realiza o trabalho correto, que passa pela orientação antes da autuação."


Radares fixos vão voltar; vídeo-vigia não


Pacheco informou que a CMTU deve concluir no início do ano o levantamento de preços para lançamento do edital de licitação para instalar radares fixos na cidade. O número de equipamentos ainda será analisado.


"A tecnologia ajuda muito na fiscalização preventiva. Com radares fixos nos locais mais críticos, os agentes podem trabalhar em outras vias da cidade. Além disso, a tecnologia traz mais transparência à fiscalização e educa o condutor", comentou.


O diretor de Trânsito também revelou que os vídeo-vigias não devem retornar aos pontos instalados em Londrina. Ele disse que os dados da companhia revelam que não houve aumento significativo de acidentes nos cruzamentos após a desativação dos aparelhos.


"Hoje, a cidade não precisa do retorno dos vídeo-vigias. Se houver necessidade, vamos trabalhar pela reinstalação dos equipamentos em outro momento", garantiu.


Excesso de velocidade na frente


O excesso de velocidade acima de 20% da máxima permitida foi a principal infração de trânsito cometida pelo londrinense em 2014. Até o dia 22 de dezembro, foram 20.388 autuações, o que significa diminuição de 32% comparado com o ano passado.


Na segunda colocação, aparece a falta do cinto de segurança com 14.683 multas com aumento de 31% nas autuações neste ano. A utilização de celular no volante foi a terceira colocada entre as principais infrações do ano com 11.376 multas.


R$ 8 milhões em multas


A falta da tecnologia também provocou a redução nos valores gerados pelas multas. Em 2013, as multas totalizaram R$ 10.102.137,29. Neste ano, foram R$ 8.943.335,39 até novembro, o que representa queda de 11%. Vale lembrar que nem todos valores gerados com as autuações entram no caixa durante o mesmo ano, já que a notificação leva 30 dias para ser convertida em multa e o motorista ainda pode recorrer. Além disso, alguns condutores não pagam pela infração cometida.

A CMTU ainda lembra que é não é 100% do valor que fica na companhia, pois partes dos recursos vão para o Estado e outras partes são utilizadas para pagamentos de taxas de emissões e outros fins. O que é arrecadado é utilizado na área de trânsito em campanhas, operações, fiscalização, manutenção e pagamentos por meio do Fundo de Urbanização de Londrina.


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