Terminou sem definição a reunião realizada na manhã desta quarta-feira (15) entre motoristas e cobradores do transporte coletivo em Londrina e representantes das empresas que operam o setor - TCGL e a Francovig. A reunião foi na sede da Delegacia Regional do Trabalho, órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, e também participaram representantes da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e da Câmara.
Sem proposta das empresas, os funcionários continuam realizando votação secreta, que começou às 9 horas da manhã e vai até às 17 horas, que poderá definir pela greve no transporte coletivo. Em urnas itinerantes, motoristas e cobradores decidirão entre duas opções, segundo relatou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttrol), João Batista da Silva. "A primeira é: não aprovar a greve e continuar sem aumento; a segunda: sem proposta, aprovamos a greve. Me parece óbvio o que será escolhido", disse o sindicalista ao Bonde.
Na reunião, diretores do Metrolon, sindicato que representa as empresas, asseguraram ser impossível conceder o reajuste reivindicado pelos trabalhadores, que é de 10%, sendo 6% referentes à inflação e 4% de ganhos reais. A data-base da categoria foi em primeiro de junho. A impossibilidade se justificaria porque a tarifa do transporte coletivo em Londrina – no valor de R$ 2 – não é reajustada há 42 meses. A Grande Londrina, por exemplo, segundo a CMTU, acumula prejuízo este ano, mas teve lucro até o ano passado.
Apesar da falta de acordo, Gildalmo Mendonça, diretor da TCGL e do Metrolon, se mostrou cético em relação a uma greve. "Não acredito nesta possibilidade; se ocorrer tomaremos as medidas legais cabíveis", afirmou em entrevista coletiva.
Na reunião, foi solicitado aos trabalhadores que esperem a conclusão dos trabalhos da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investigou a planilha do transporte coletivo e apontou, preliminarmente, que a tarifa poderia ser reduzida para R$ 1,99. O relatório conclusivo deve ser entregue até sexta-feira (17). A CMTU, que questionou os dados da CEI, e disse que a tarifa deveria ser de pelo menos R$ 2,22, após receber o documento, decidirá se autoriza ou não o reajuste da passagem.
Se hoje os trabalhadores decidirem por greve, eles só poderão paralisar as atividades em 72 horas (três dias), por exigência legal, já que se trata de atividade essencial. "Assim, nesses três dias, acredito que teríamos tempo para aguardar a decisão da CEI e da CMTU. Se nada for decidido, faremos o que a categoria aprovar hoje", afirmou João Batista. "Se ocorrer a greve, ela será culpa da politização que se deu em torno deste assunto: do Legislativo e do Executivo, que tem autonomia para reajustar a tarifa", criticou João Batista.