Junto com outros três vizinhos paranaenses, o Aeroporto Governador José Richa, em Londrina, passará agora para a concessão privada. O terminal integrava o Lote Sul do leilão na Bolsa de Valores, promovido pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Agora, o local será administrado pelo grupo CCR, que, segundo o Executivo, deve investir R$ 273 milhões nos próximos 30 anos em projetos de melhoria da infraestrutura aeroportuária e ampliação da capacidade de voos.
A aposta do setor produtivo é que esses projetos serão fundamentais para incrementar toda a economia da região Norte, além de potencializar o turismo no médio e longo prazo. Além do Norte, o aeroporto atende outras regiões próximas, como o Norte Pioneiro e o Vale do Ivaí e até parte do estado de São Paulo. A região de influência cobre mais de 90 municípios e uma área total de 32 mil quilômetros quadrados.
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A principal melhoria, prometida pelo novo grupo, será a ampliação da pista, que passará dos 1.675 metros atuais para 2.400 metros, como mostra o estudo feito pelo Ministério da Infraestrutura. A ampliação está prevista para a primeira etapa de obras, que inicia em 2024 e inclui também a construção do novo terminal de passageiros e melhoramentos no já existente, além da construção e adequação das pistas de taxiamento. Outras obras estão previstas para os anos seguintes da concessão, que vence em 2051.
Junto aos investimentos privados, entidades da sociedade civil organizada também têm projetos para o entorno do aeroporto, utilizando os terrenos hoje ociosos para a implantação de um parque tecnológico. "Já temos estudos para transformar a área próxima em um fator de desenvolvimento da cidade, com a proposta de instalar indústrias tecnológicas no entorno, a exemplo do que foi feito em outros aeroportos do mundo, como em Jacksonville, nos Estados Unidos, e Bilbao, na Espanha. Pretendemos apresentar essa proposta para a nova concessionária, para que a partir do aeroporto toda a cidade e a região se desenvolvam”, explica Ary Sudan, vice-presidente do Fórum Desenvolve Londrina.
Características – De acordo com o estudo que viabilizou a proposta de concessão, além de importante eixo de ligação entre as regiões Sul e Sudeste, Londrina se destaca como o polo de saúde do Paraná, englobando centros de tratamento de referência e indústrias voltadas ao setor. A economia da região também se apoia no setor comercial, na produção agropecuária e nas indústrias locais, voltadas às atividades metalúrgica e agroalimentar, por exemplo.
De acordo com o Governo, a região metropolitana de Londrina teve grande demanda aeroportuária e o Aeroporto Governador José Richa triplicou o número de passageiros entre 2000 e 2012, quando atingiu a marca 1,1 milhão de pessoas. Antes da pandemia, cerca de 1 milhão de passageiros circulavam por ano no terminal, e a movimentação de cargas chegava a 2,3 mil toneladas anuais.
Em 15 anos, a expectativa do Executivo é que a movimentação de passageiros aumente 40%, atingindo 1,4 milhão de embarques e desembarques por ano. Em 2050, esse fluxo deve crescer 86%, chegando a 1,8 milhão de passageiros. Já a previsão é que movimento de aeronaves cresça 72% em 15 anos e mais de 170% em 30 anos, com a previsão de 61.580 aviões pousando em 2051.
Leilão – Além de Londrina, também passaram para a concessão privada os aeroportos Afonso Pena, em São José dos Pinhais, das Cataratas, em Foz do Iguaçu, e Bacacheri, em Curitiba. O Lote Sul, no qual os terminais paranaenses estavam inclusos, foi arrematado pelo valor de R$ 2,128 bilhões, um ágio de 1.534% da proposta inicial mínima de R$ 130,2 milhões. O lance foi dado pela Companhia de Participações em Concessões, do grupo CCR. O leilão da Anac contou com 22 aeroportos em 12 estados e arrecadou R$ 3,3 bilhões.