Londrina

Secretário do Planejamento em Londrina, Rambalducci quer aliar eficiência e desenvolvimento

11 jan 2025 às 11:26

O economista Marcos Rambalducci assume a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Tecnologia com a meta de reduzir o deficit orçamentário, trazer mais equilíbrio às contas públicas e esticar o dinheiro para fazer frente às demandas. Ao mesmo tempo, traça como objetivo promover o desenvolvimento econômico do município com a atração de novas empresas, o aumento da industrialização e o fomento ao turismo.


Ao final dos quatro anos do governo de Tiago Amaral, Rambalducci planeja deixar dois legados à próxima administração municipal: uma gestão mais eficiente no uso do dinheiro do contribuinte e elevar os indicadores econômicos, estendendo os benefícios desse avanço a toda a sociedade, com mais justiça tributária.


Desde que assumiu o cargo, o secretário tem salientado a insuficiência do orçamento público e afirma que serão necessários aportes financeiros para poder investir no crescimento da cidade. Os recursos viriam de fontes como os governos federal e estadual, emendas parlamentares, Itaipu e Banco Mundial.


“No ano passado, a LOA (Lei Orçamentária Anual) estipulava R$ 3,3 bilhões, mas nós utilizamos R$ 3,7 bilhões, uma diferença significativa. A LOA de 2025 prevê R$ 3,48 bilhões, é inferior ao que gastamos em 2024. Já há sinalização de que vai precisar de suplementação. Quem fez o planejamento orçamentário procurou ser conservador no momento de lançar esses valores”, avaliou Rambalducci.


Os gastos e investimentos do município neste ano foram estruturados sobre essa base orçamentária e a expectativa é de que não haja dificuldade para honrar os compromissos financeiros, ainda que 95% do orçamento sejam canalizados para as despesas correntes e a folha de pagamento. “A gente espera uma arrecadação excedente, mais transferências para a educação, pelo governo federal, aumentar os recursos para a saúde, por exemplo, mas para tocar alguns projetos não contemplados neste orçamento, a gente vai precisar de emendas parlamentares, de deputados federais e estaduais.˜


Dentre todos os gargalos financeiros, Rambalducci aponta o transporte público como o principal. O deficit no setor chega a R$ 110 milhões. Embora tenha havido aumento da tarifa técnica do sistema, não houve reajuste na tarifa para o usuário do serviço, o que acarretou a diferença. “É uma situação complicada para a gente administrar. O deficit de R$ 110 milhões equivale ao orçamento de seis secretarias nossas”, comparou o secretário. “A gente vai ter que dar uns pulinhos para manter a não elevação dos preços da passagem para fazer frente ao excedente fora da nossa previsão."


Outra preocupação é com o serviço de coleta de lixo, cujo desequilíbrio deve somar cerca de R$ 40 milhões, segundo Rambalducci. ˜Cabe ao Planejamento estudar e equacionar essas diferenças. Isso é só o cotidiano da secretaria.˜


Na elaboração do projeto da LOA 2026, que deverá ser encaminhado à Câmara Municipal até abril, o Executivo trabalha com um cenário de juros altos e de inflação corroendo o poder aquisitivo da população e inibindo os investimentos das empresas, o que pode impactar negativamente a arrecadação do ISS e do ICMS. “Temos que ter o pensamento positivo de que o Brasil vai crescer 3,5% e manter as taxas de desemprego baixas. Mas ainda não temos claro esse cenário. Vamos fazer essa projeção com base em uma inflação maior e crescimento menor."


Uma das formas de reduzir os gastos públicos, explicou Rambalducci, é a implementação de ações que resultem no aumento da produtividade da máquina pública e que deverá atingir todos os segmentos da prefeitura.


Enquanto de um lado o secretário de Planejamento projeta a otimização dos recursos, de outro pensa em meios de alavancar o desenvolvimento econômico do município e, para isso, Rambalducci defende a mudança da matriz econômica de Londrina, um projeto maior que, segundo ele, vem sendo estruturado com a colaboração de todas as secretarias de governo.


"Junto com a Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), estamos estruturando um planejamento deliberado de reindustrialização de Londrina, muito focado na atração de empresas de fora", adiantou Rambalducci.


Na gestão anterior, houve um avanço no sentido de alavancar a industrialização no município com a conclusão da Cidade Industrial. Os terrenos, ofertados em leilões, foram quase todos comercializados, mas embora considere um "encaminhamento excelente", Rambalducci afirma ser insuficiente. "Estou falando na criação de 17 mil postos de trabalho. Para chegar à participação de 22% do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria, precisamos de nove parques como aquele."


O secretário calcula que sejam necessários em torno de R$ 25 bilhões em investimentos para que o município aumente a participação da indústria nos resultados dos setores produtivos. Ele toma como parâmetro a realidade de municípios nos quais enxerga características semelhantes a Londrina, entre eles, Joinville (SC), Contagem (MG) e São Bernardo do Campo (SP). "Para chegar a 21%, 22% do PIB na indústria, precisamos de uma inversão de capital na ordem de R$ 25 bilhões. Não temos essa poupança, nem capacidade de empréstimos. A nossa ideia é, em vez de buscar as empresas, tornar a cidade atrativa para o capital de nível mundial. Para fazer isso, precisamos mudar um pouco. Em vez de sairmos atrás das indústrias, pedindo encarecidamente para virem, prepararemos a cidade para recebê-las."


A divulgação dos atrativos seria feita por meio da participação em road shows. “A gente prepara e faz um road show apresentando a cidade nas feiras para os empresários e, a partir daí, fazemos um edital para atrair as empresas. O Paulo Henrique (Ferreira, presidente da Codel) tem capacidade para fazer conexões internacionais, com empresas que nos interessam."


Leia a reportagem completa na Folha de Londrina:

Continue lendo