Situações graves de vulnerabilidade relacionadas à falta de segurança nas escolas municipais foram relatadas durante reunião pública realizada nesta quarta-feira (29) na Câmara Municipal de Londrina. O encontro reuniu representantes da Polícia Militar, Secretaria Municipal de Defesa Social (SMDS), Secretaria Municipal de Educação (SME) e da sociedade civil, além de professoras e diretoras, e foi coordenado pelas comissões de Educação, Cultura e Desporto e de Segurança Pública.
Só este ano, de acordo com a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, foram registradas 44 ocorrências nas escolas municipais, como danos ao patrimônio público, arrombamentos e assaltos a mão armada, entre outros crimes. "Seis destas ocorrências foram registradas só nesta semana", afirmou a secretária, revelando a gravidade da situação: "Estão todos muito assustados. Este é um pedido de ajuda. Não é fácil assumir e falar em público sobre o que está acontecendo".
A coordenadora do sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do município, Déborah Flora dos Santos, lembrou que a situação pode levar ao aumento da evasão dos alunos das turmas de EJA, que já apresentam índices preocupantes, como foi demonstrado em audiência pública realizada no último dia 24 na Câmara. "Estamos aqui pedindo socorro", reforçou Deborah.
Entre as educadoras presentes à reunião desta tarde, várias passaram pela traumática experiência de assaltos à mão armada, geralmente cometidos antes do início ou ao final das aulas. "Praticamente todos os dias registramos alguma ocorrência. Acredito que esta situação pode ser reflexo da falta de funcionários nas escolas para realizar o trabalho de vigilância", disse a diretora da Escola Municipal Zumbi dos Palmares, Marlene Valadão.
Providências
Porém, para o secretário municipal de Defesa Social, Evaristo Kuceki, é mais eficiente que os guardas permaneçam nas ruas e não em apenas uma instituição. Ele citou duas ações que devem colaborar para a queda nos índices de violência nas escolas a curto prazo. "A primeira delas será a contratação, por meio de licitação, de nova empresa que fará o monitoramento de instituições públicas, com instalação de câmeras e alarmes. O termo de referência está praticamente pronto e o edital deve ser aberto entre junho e julho." Outra medida, explicou Kuceki, será a aquisição de câmeras inteligentes, que detectam movimentos e acionam alarmes, para instalação, prioritariamente, em locais mais suscetíveis.
Entre as propostas apresentadas durante a reunião pública estão a instalação de câmeras de segurança nas escolas com imagens compartilhadas entre Guarda Municipal e Polícia Militar; contratação de inspetores; oferta de casas junto às escolas para os guardas municipais, caso tenham interesse em habitá-las; criação da figura do professor mediador de conflitos internos; reforço da Guarda Municipal Escolar Comunitária (Gemec) e melhoria dos serviços de iluminação e de capina e roçagem nas escolas.
"Estas propostas serão agora analisadas pelas comissões de Educação e de Segurança Pública da Câmara, para estudarmos a viabilidade e, se for o caso, fazermos os encaminhamentos necessários ao Executivo", afirmou o vereador Amauri Cardoso, presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, que se mostrou satisfeito com o resultado do encontro. "Foi a primeira vez que reunimos as escolas com as forças de segurança, Legislativo e Executivo para enfrentar o problema a curto, médio e longo prazos."
Também participaram da reunião pública desta tarde os vereadores Jairo Tamura (PR) e Péricles Deliberador (PSC), respectivamente presidente e membro da Comissão de Segurança Pública, e o vereador Filipe Barros (PRB).