A Prefeitura de Londrina começou a discutir na tarde desta segunda-feira (30), melhorias no modelo atual de coleta de resíduos sólidos para a elaboração de licitação em aproximadamente dois meses. O atual contrato está prestes a vencer e é necessário abrir um edital antes mesmo da renovação.
O contrato do lixo é o primeiro a ser discutido no município, por envolver um dos maiores gastos da administração municipal.
O debate ocorreu com a presença da Controladoria-Geral do Município, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), o professor de engenharia especialista em na área de resíduos, Fernando Fernandes, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o Observatório de Gestão Pública de Londrina (OGPL) e o Conselho Municipal de Transparência e Controle Social de Londrina (CMTCS).
De acordo com João Carlos Barbosa Peres, controlador-geral do município, a reunião foi bastante produtiva. "Foi possível discutir as melhorias necessárias para o modelo atual da coleta e discutir como poderemos minimizar os danos na elaboração de um modelo mais encorpado para chegar ao ideal, com serviço mais barato e com mais qualidade", afirma.
Segundo o controlador-geral, a ideia é contratar pelo período de um ano, com a possibilidade de renovação por igual até um prazo máximo de cinco anos.
Várias análises serão realizadas para que seja possível melhorar o modelo atual e abrir o edital o quanto antes para que mais empresas possam demonstrar interesse e oferecer suas propostas. Além disso, os dados serão apresentados e discutidos com a sociedade civil.
Para o presidente do OGPL, Fábio Cavazotti, é preciso ser realizado um melhor planejamento e cotação de preços. "O planejamento tem que ser feito de forma mais adequada em um processo contínuo. É preciso ser feito um estudo mais aprofundado e aprimorado para que o preço seja reduzido e o serviço tenha mais qualidade", explica.
Na reunião, foram feitos diversos apontamentos para que sejam feitas medidas de comprometimento. Segundo Cavazotti, paralelamente, o observatório lembrou que é necessária a melhoria na fiscalização, pelo fato de que resíduos de grandes geradoras não devem ser coletados pelo município, conforme legislação. "Mas ainda é feita a coleta de várias grandes geradoras. Então, uma medida para fiscalizar a coleta é a instalação de câmeras nos caminhões, pois é o município que acaba pagando por esses resíduos", diz. Todas essas medidas foram aceitas e deverão ser aplicadas.
O observatório concordou com a elaboração de contrato de um ano com as melhorias no modelo atual. Além disso, Cavazotti lembrou que é preciso realizar estudos em relação às outras cidades para conhecer outros modelos de coleta de lixo, modelos mais modernos. "Afinal, Londrina tem um problema gravíssimo, pois entre 30 e 40% do lixo que vai para o aterro, são resíduos recicláveis. Ou seja, nós estamos gastando dinheiro para enterrar dinheiro. E essa é uma responsabilidade da população e do próprio poder público", ressalta. "O papel do observatório é colaborar e estimular que seja feito um estudo mais aprofundados sobre os gastos da administração municipal", completa.