"Eu fui condenado a sofrer pelo resto da minha vida por conta da perda da minha filha, e espero que o responsável pelo acidente que matou a Samantha comece a ser condenado a partir de amanhã". A declaração de José Dirceu Alievi resume a tristeza de uma família que se viu partida ao meio após uma tragédia. O pesadelo teve início na madrugada do dia 14 de julho de 2013, quando o motorista de um Voyage colidiu contra a traseira de uma moto na BR-369, em Londrina.
A jornalista Samantha Alves Alievi, de 25 anos, ocupava a traseira da motocicleta no momento do acidente e morreu na hora. O condutor do carro, identificado como Alex dos Santos, fugiu do local da batida sem prestar o socorro necessário à Samantha e ao namorado dela, que conduzia a motocicleta. O motorista se apresentou à polícia somente quatro dias depois do acidente. Ele responde em liberdade ao crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
O julgamento de Santos terá início às 13h30 desta quarta-feira (8). A audiência de instrução do caso será realizada na 5.ª Vara Criminal de Londrina. "A expectativa é de que (Santos) seja ouvido, mas não sei se ele vai aparecer", observou o pai de Samantha. Na avaliação dele, o motorista deveria responder por homicídio doloso e não culposo. "Não foi um acidente, mas um assassinato no trânsito. Ele estava em alta velocidade e jogou o carro que conduzia contra a moto do namorado da minha filha", destacou José Dirceu.
O homem frisou, ainda, que a morte de Samantha destruiu a sua família. "Você fica sem chão e procurando o que fazer para superar a dor. As pessoas falam que a tristeza vai passar com o tempo, mas a dor da perda fica maior a cada dia que passa", relatou.
José Dirceu, a esposa e o outro filho, mais velho que Samantha, precisaram fazer tratamento com psicólogos para superar o trauma. "Não estava conseguindo lidar com todos os sentimentos. Era uma mistura de saudade e tristeza por conta da minha filha e, também, de raiva e ódio do irresponsável que tirou a vida dela", explicou.
Atualmente, o pai de Samantha, que é aposentado, trabalha como porteiro no Parque Gráfico da Folha de Londrina para tentar se distrair e "ocupar mais a mente". "Trabalho no jornal e, assim, fico um pouco mais perto do que a minha filha iria estar fazendo se a vida dela não tivesse sido interrompida", destacou.