O reitor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Wilmar Marçal, reuniu-se na manhã desta quinta (11) com os integrantes da Orquestra Sinfônica da UEL (Osuel) para comunicar o imediato cumprimento da lei estadual 16.372, de 30 dezembro de 2009, que prevê a extinção de diversos cargos nas instituições de ensino superior estaduais do Paraná. Apenas na UEL, devem ser cortados 212 até 1º de abril, já que a lei estabeleceu prazo de 90 dias para as adequações.
O reitor afirmou ao Bonde nesta manhã que devem ser extintos os cargos de maestro, maestro adjunto e as funções gratificadas para 13 chefias de naipes (responsáveis pela conservação dos instrumentos musicais). "Fiz uma reunião com eles na manhã de hoje e expliquei a situação; a Universidade tem que cumprir a lei; teoricamente a orquestra deixará de existir até 1º de abril", afirmou, sem acrescentar outros detalhes. "Quem poderá explicar exatamente isso é a diretora da Casa de Cultura".
A diretora da Casa de Cultura, Janete El Haouli, no entanto, disse ter tido compreensão diferente da reunião desta manhã. "Nós questionamos o reitor sobre onde está escrito na lei que são esses os cargos que devem ser cortados". Ela também disse que o reitor anunciou a formação de uma comissão formada por seis professores e técnico-administrativos da UEL para analisar os impactos da lei. "Se é uma comissão de estudo, porque a decisão já está tomada?", questionou.
Janete ressaltou que nada recebeu oficialmente sobre os cortes dos cargos e das funções gratificadas. "Então, o que tenho a dizer é que a orquestra continua a existir e que vamos buscar uma saída".
Segundo a diretora, mesmo sem os cargos de maestro e de adjunto e sem as funções gratificadas para os 13 naipes, a Orquestra poderia ser viabilizada. São 46 músicos concursados e uma solução seria fazer uma parceria com a iniciativa privada para pagar os maestros. "Esse corte causa sim prejuízos, mas não significa o fim dela".
Outros cortes
Wilmar Marçal disse que, além da Casa de Cultura, outros órgãos da UEL precisarão ser readequados para o cumprimento da lei, citando a Clínica Psicológica, a Assessoria de Relações Internacionais, a TV UEL e a Agência de Inovação Tecnológica.
O reitor disse que fica "triste e aborrecido" com a decisão, mas a universidade tem que cumprir a lei. "Ainda vamos tentar algumas negociações em Curitiba, mas, enquanto isso não ocorre temos que cumprir a lei aprovada por 21 deputados estaduais".