"Demos um passo para trás para dar dois à frente." É assim que o comerciante Josoílson Gardiano Guilhen define a história recente da Casa dos Sucos, quiosque tradicional do centro de Londrina, localizado desde 1969 na esquina do Bosque Central, entre a Catedral e a Biblioteca Pública, até ser demolido pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) no dia 25 de julho de 2010, há quase um ano.
De lá para cá, muita coisa mudou. O comerciante, herdeiro de quase 40 anos de história, conseguiu alugar, dois meses após a demolição, um estabelecimento pertinho de onde o tradicional quiosque ficava. "Agora, em vez de estarmos localizados ao lado da Catedral, estamos atrás da igreja, na alameda Miguel Blasi", conta. Em relação ao aluguel do novo espaço, Guilhen conta que o preço não mudou muito. "Pagávamos uma taxa mensal de R$ 600,00 para a CMTU. Hoje em dia, o aluguel pago pela loja não passa muito desse valor não."
Mas apesar do novo espaço e do tempo passado, a Casa dos Sucos ainda sofre com a falta de clientela. O estabelecimento, que atendia de 250 a 300 pessoas por dia no antigo endereço, atualmente atende de 100 a 150 clientes. Número, que segundo Josoílson Guilhen, já foi bem pior. "Bem no começo da situação, constatamos a diminuição de até 60% no número de clientes. Atualmente, está bem melhor e confiamos que deve ficar ainda mais", destaca.
Para chamar a atenção dos antigos e dos novos clientes, a Casa dos Sucos passou por uma grande readequação. "Antes, contávamos com o quiosque feito de lata e equipamentos antigos. Agora, estamos numa loja fechada, com acabamento de gesso, além da nova mobília bem mais moderna e bonita", garante o responsável pelo estabelecimento.
Outra medida utilizada por Guilhen, para chamar a atenção do londrinense, envolve a publicidade do novo espaço. Ele ressalta que já fez a divulgação através de panfletos e até pagou por uma motocicleta com som, mas lamenta a atitude da CMTU, que retirou uma placa com o novo endereço instalada no local antigo do quiosque. "Até nisso o município nos atrapalhou", completa.
O objetivo agora, segundo o dono da Casa dos Sucos, é esquecer o que já aconteceu e continuar com o trabalho. "O número de clientes está menor, os problemas existem, mas garanto que ainda levo a mesma vontade de trabalhar, já vista no meu avô e no meu pai. Um espaço tão tradicional e importante para a cidade não pode acabar só pela vontade do prefeito."