Londrina

Professores da UEL decidem pelo estado de greve; servidores prometem manifestações

05 jul 2016 às 14:15

Cerca de 200 professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e Universidade Estadual do Paraná (Unespar) de Apucarana (60 km de Londrina) promoveram uma assembléia na manhã desta terça-feira (5), no auditório do Centro de Ciências Humanas (CCH) da UEL, para discutir a posição da categoria em relação à possibilidade de descumprimento do acordo salarial firmado pelo governo estadual no ano passado.

De acordo com o vice-presidente do Sindiprol/Aduel, Nilson Maganin, os docentes decidiram, por unanimidade, ingressar no estado de greve, que permite uma paralisação permanente a qualquer momento. "Isso só deve acontecer se o governador Beto Richa enviar para a Assembleia Legislativa um projeto revogando a lei que instituiu a reposição das perdas salariais", argumentou o representante. Caso a greve seja confirmada, os campus da UENP em Cornélio Procópio, Jacarezinho e Bandeirantes, no Norte Pioneiro, da Unespar em Apucarana e da UEL ficariam sem aulas.


HU e Hospital das Clínicas


O Sindicato dos Servidores da UEL (Assuel) também se manifestou sobre o atual impasse envolvendo o governo e o funcionalismo estadual. A categoria decidiu ficar em em 'assembleia permanente', enviando representantes para acompanhar a tramitação do possível projeto que deve ser apresentado na Assembleia Legislativa. "Não optamos pelo estado de greve, mas continuaremos atentos da mesma forma", pontuou o presidente da Assuel-Sindicato, Marcelo Seabra. A entidade que representa 3.400 funcionários da UEL, Hospital Universitário (HU) e do Hospital das Clínicas (HC) também já está organizando caravanas com servidores para Curitiba.


Repercussão na Assembleia


Enquanto o governador Beto Richa alega não ter dinheiro em caixa para honrar com o pagamento, aprovado em junho de 2015, e mais com as promoções e progressões atrasadas, que chegariam a R$ 450 milhões em dezembro, membros do Fórum das Entidades Sindicais (FES), incluindo a APP, voltaram a ocupar as galerias da AL nesta segunda-feira (4). Eles estenderam faixas, conversaram com os parlamentares e, durante a sessão, entoaram gritos como "Richa caloteiro". Nos bastidores, chegou-se a comentar que a pressão surtiu efeito, levando a administração a suspender o envio do projeto. Mesmo entre políticos governistas, a percepção é de que "não há clima" para analisar a matéria agora, às vésperas do recesso e antes das eleições de outubro. A assessoria de imprensa da Casa Civil, porém, não confirmou a informação, dizendo que o assunto seguia em discussão.

"A comissão de orçamento deve votar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) na quarta-feira, às 11h30. O prazo para que essa mensagem chegue é até terça à tarde, no máximo", afirmou o presidente do parlamento, Ademar Traiano (PSDB). De acordo com ele, o momento requer "compreensão". "O Estado não é apenas o servidor, com o devido respeito. O Estado são 11 milhões de paranaenses. E, se formos olhar o que já ocorreu aqui, os nossos servidores foram os únicos do País a serem atendidos com reposição salarial. (…) O que o governo propõe não é dizer que não vai pagar; pelo contrário. É deixar a possibilidade de, em melhorando as receitas no ano que vem, fazer o ajuste", argumentou. (Com informações da repórter Mariana Franco Ramos, da Folha de Londrina)


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