O Museu Histórico de Londrina, órgão suplementar da Universidade Estadual de Londrina (UEL), destaca que neste sábado (12), Joaquim Diogo da Silva, o seu Nenê, como é conhecido, completa 98 anos. Ele foi o primeiro carteiro de Londrina, passava o dia inteiro no trem, entre Jataizinho e Ourinhos. O trajeto para Londrina era feito na Catita de Celso Garcia Cid que segundo ele não cobrava nada. O seu lugar, o banco em cima da roda direita era reservado. Órfão de pai e mãe teve que assumir a criação dos seis irmãos.
Com a malinha na mão buscava as cartas para serem entregues entre Londrina e a cidade paulista e nunca deixou de salientar o compromisso e o orgulho de nenhuma correspondência ter sido extraviada. Seu primeiro cargo foi de "estafeta", a quem cabia entregar a malinha ao agente dos Correios. Depois se tornou funcionário federal da Agência de Correios e Telégrafos.
Em Londrina, conheceu Eulália com quem se casou com o compromisso de que ela aceitasse criar seus irmãos. O casamento foi em 10 de setembro de 1941, quando ele iniciou sua vida em Ourinhos. Em 1945, saiu dos Correios e veio trabalhar como fiscal na Prefeitura de Londrina, onde fiscalizou cinema, teatro e abatedouro. Nenê tinha vocação para o pioneirismo. Na segunda gestão do prefeito Milton Menezes (1959-1963), foi o primeiro servidor municipal a se aposentar.
A história da família se funde com a história da cidade. Seu Nenê mora na mesma casa desde 1957, uma construção de madeira no jardim Santos Dumont (Zona Sul). Neste sábado, os filhos João Carlos, Ana Áurea, Carmem Lúcia e Rose, os netos, bisnetos, familiares e amigos vão se reunir num jantar em comemoração aos 98 anos do 1º carteiro de Londrina.