Presos da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II) encaminharam uma carta à FOLHA apontando sérios problemas na estrutura da unidade. Na carta, com sete páginas escritas à mão, os detentos relatam constrangimentos, desrespeitos, má qualidade da comida servida e violação dos direitos constitucionais.
''Há alguns dias temos sido sufocados de forma covarde, onde os responsáveis pela nossa custódia tem nos constrangido mexendo em algumas feridas que são o desrespeito com nossos familiares, mal preparação da nossa alimentação, injustiça ao julgar nossas sanções disciplinares causando falha grave coletiva o que é ao contrário do que rege a Lei de Execuções Penais. Nossos direitos tem sido violados com insistência'', revela parte do texto.
Eles também reclamam que o horário de visitas não vem sendo cumprido integralmente, falta de lugar adequado para recepção dos parentes, reivindicam assistências médica e psicológica todos os dias. Os detentos denunciam o desabastecimento de água na unidade e que ''alguns internos têm sido discriminados, taxados como faccionários e vetados'' de participação em cursos e trabalhos profissionalizantes dentro da PEL II.
O Departamento Penitenciário do Estado (Depen) admite problemas na PEL II, construída com capacidade de 960 lugares, mas abriga mais de 990 presos. ''Temos que reconhecer que o sistema tem falhas, não podemos tapar o sol com a peneira. Temos deficiência de pessoal das áreas de segurança e técnica. O problema da alimentação tem se refletido em várias unidades penais e temos tentado solucionar isso com as empresas terceirizadas'', confirmou o diretor do Depen, Maurício Kuehne.
O Depen firmou convênio com a Sanepar na tentativa de solucionar o problema do desabastecimento. Duas caixas d'água de 25 mil litros cada estão sendo instaladas na unidade.
Com informações do repórter Danilo Marconi, da Folha de Londrina