Situado na rua Serra do Roncador, no Jardim Bandeirantes, zona oeste de Londrina, o 3º Distrito Policial deixou de atender a população nesta semana. A decisão foi tomada pelo delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, Osmir Ferreira Neves, depois que o registro de boletins de ocorrência, assim como outras atividades corriqueiras de uma delegacia, poderiam sofrer interferência por conta da superlotação feminina na carceragem. A garantia é de que os crimes da região serão investigados. "A comunidade não terá nenhum prejuízo", assegurou Neves.
De acordo com o delegado, melhorias já estão sendo providenciadas para as detentas. Neves adiantou que, da equipe de investigadores e escrivães, "apenas o essencial será mantido". O próximo passo é discutir com o juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) de Londrina, Katsujo Nakadomari, o que fazer com a estrutura do 3º DP. "Estamos em uma fase de readequação administrativa", pontuou. Um dos projetos é usar o espaço para instalação de uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC).
A sugestão já havia sido feita pelo Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Paraná (Sidepol) em um levantamento que diagnosticou a realidade enfrentada pelo setor em Londrina. O documento foi enviado ao presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal, vereador Jairo Tamura (PR). Uma proposta de autoria de Gérson Araújo (PSDB) quer utilidade pública para a APAC. O texto já recebeu parecer favorável da Comissão de Justiça.
Em agosto do ano passado, presas se rebelaram no 3º DP, mas os ânimos foram controlados a tempo pelo Serviço de Operações Especiais (SOE), Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, que apagou o fogo ateado em um colchão. Ninguém saiu ferido.