A padronização dos táxis, prevista para começar a vigorar em julho em Londrina, começa a gerar polêmica entre a categoria e divide opiniões.
De um lado estão os representantes da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e o Sindicato dos Taxistas de Londrina, que apóiam a mudança e só vêem benefícios para os profissionais e usuários do serviço.
De outro, está uma parte dos taxistas que já pensam no prejuízo que terão com a mudança, considerada por eles desnecessária, e não enxergam vantagem alguma na padronização.
A idéia da CMTU é que, a partir de julho, todos os táxis que começarem a operar em Londrina e os carros que forem sendo substituídos sejam da cor prata.
A companhia estuda ainda a colocação de adesivos nos veículos que ajudem na identificação do serviço. Além da inscrição "táxi", a CMTU estuda a colocação da bandeira de Londrina no capô dos automóveis.
A mudança está prevista em lei municipal e a meta é que, dentro de dois a cinco anos, toda a frota tenha a cor padrão, que foi definida pelos taxistas favoráveis à mudança.
Para o diretor de Trânsito da CMTU, Álvaro Grotti Júnior, a padronização dos veículos irá facilitar a vida dos usuários, garantir a segurança dos taxistas e conferir ao serviço um ar de organização.
Grotti acredita que não haverá problemas para os taxistas se adequarem já que "a maioria da categoria é favorável à mudança". "O prata é uma cor neutra. Não estamos pedindo que os taxistas pintem seus carros de cor-de-rosa com bolinhas verd", ironizou Grotti.
O presidente do Sindicato dos Taxistas de Londrina, Antônio Pereira da Silva, considera a padronização necessária, uma vez que todas as grandes cidades brasileiras já adotaram uma cor única para os táxis.
Proprietário de três carros de praça, todos na cor prata, o sindicalista justificou a escolha da cor pela facilidade de manutenção. "Essa cor é boa porque não aparecem os riscos nem a sujeira. Se a gente fizesse igual a Curitiba, onde os táxis são todos alaranjados, seria muito ruim para a categoria. Na hora de trocar o carro, não acharíamos comprador".
Segundo ele, dos cerca de 350 táxis que compõem a frota de Londrina, aproximadamente 30 veículos já têm a cor padrão. "A maioria gostou da mudança. Só tem uma meia dúzia que está contra".
Atuando há 36 anos como taxista, Antônio Teixeira Maciel, conhecido como "Boa Gente", integra a turma dos contra, mas garante que há bem mais de "meia dúzia" de taxistas descontentes com a padronização.
Ele encabeça um abaixo-assinado contra a medida, que já conta com 246 assinaturas. Para o taxista, a padronização representaria apenas um custo a mais para a categoria que, nos últimos anos, vem tendo de dividir a clientela com os mototaxistas e os ônibus do Psiu.
Nesta quarta-feira, um grupo de taxistas insatisfeitos irão se reunir com o presidente da CMTU, Wilson Sella, para entregar o abaixo-assinado e pedir que a mudança não aconteça.