Londrina

Ônibus voltam a circular após paralisação contra a reforma na Previdência

15 mar 2017 às 07:37

O Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros Intermunicipais (Metrolon) comunica que o serviço de transporte de passageiros voltou à normalidade em Londrina desde desde as 10h30.

No início da manhã desta quarta-feira (15), o Terminal Ouro Verde, na zona norte de Londrina, ficou completamente vazio, assim como o Terminal Central, por conta da greve nacional em protesto à reforma da Previdência. Quem precisou do ônibus teve que buscar outras alternativas para chegar ao trabalho.


A reportagem do Portal Bonde deu uma volta pelos terminais da cidade para conversar com os trabalhadores e descobriu que muitas empresas se anteciparam à paralisação e combinaram de ir buscar os funcionários em pontos de encontro para que eles possam comparecer ao trabalho normalmente na manhã de hoje.


A maioria dos entrevistados estava à espera da carona para ir trabalhar. Ricardo, funcionário de uma indústria da cidade, já sabia que não ia ter ônibus hoje cedo. "A empresa decidiu fornecer transporte", contou o trabalhador, que concorda com a paralisação. "É um direito do povo e também é só um dia."


O fiscal de loja Wilson Guari também já estava sabendo da greve do transporte coletivo e aguardava em frente ao Terminal Ouro Verde a "carona" da empresa. "A empresa vai dar transporte pra nós e vamos trabalhar ainda hoje. Não pode perder o trabalho."


Para Wilson, "tem que fazer manifestação sim, desde que não tenha quebra quebra para não dar prejuízo para ninguém. Não concordo com a reforma, nem pode uma reforma dessa".


O estudante Rômulo Silva chegou ao Terminal Central vindo de Ibiporã por volta das 6h30 e às 7h30 ainda esperava um ônibus que o levasse para a Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde ele precisa resolver questões relacionadas a uma vaga no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação.


"Vou ter que ligar para alguém vir me buscar porque preciso ir para UEL", comentou o estudante, que ficou sabendo da greve ainda na noite de terça-feira (14), mas decidiu arriscar a vinda para Londrina assim mesmo. "Pelo direito de aposentadoria está certo manifestar, mas prejudica um pouco a população, principalmente a falta de transporte público. Mas pelo bem maior ainda vale a greve", opinou.


Logo cedo, por volta das 6 horas, representantes dos sindicatos dos transportes e dos professores se reuniram em frente ao pátio de uma das empresas de transporte público de Londrina para conversar com os motoristas.


José Francisco, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol), explicou que as garagens das companhias de ônibus estão fechadas e que não saiu nenhum ônibus para a rua na manhã desta quarta.


"Os funcionários estão aqui concentrados e o sindicato está conversando com a categoria para deliberar que nós somos contra essa reforma do governo. Essa reforma sindical, essa reforma tabalhista, que praticamente acaba com a aposentadoria do trabalhador, que tem que começar a trabalhar aos 16 anos, contribuir com 49 anos e se aposentar aos 65. Impossível se aposentar com essa reforma do governo", opinou José Francisco.


Segundo ele, "provavelmente essa paralisação vai durar só a parte da manhã. Nós vamos sair daqui lá pelas 9 horas, vamos ao Calçadão e para a Concha Acústica continuar o protesto e explicar para a população que essa reforma é perversa. Acredito que após o meio-dia os ônibus voltam a circular normalmente e dá uma relaxada nessa paralisação", informou o diretor do Sinttrol.


"Fechamos as garagens da TIL, Londrisul, Garcia e não está rodando nenhum ônibus da cidade e das metropolitanas. Estamos mobilizando todo mundo de Londrina e região metropolitana", finalizou José Francisco.


Com informações do repórter Rafael Machado

Atualizada às 11h30


Continue lendo