A recuperação asfáltica da alameda Júlio Mesquita Filho, da rua Gomes Carneiro, da Avenida Bandeirantes e da rotatória do Moringão está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF), que apura a qualidade dos materiais usados na obra e se o recurso enviado pelo Governo Federal foi utilizado corretamente.
Segundo o Diário Oficial da União desta sexta-feira (14), o contrato nº SMGP-0027/2011, foi firmado entre o Município de Londrina e a empresa Viaenge Planejamento Viário e Construções Ltda, para recuperação de pavimento e obras viárias. "Fotos demonstram que apenas quatro meses após o final da vigência do contrato, as vias públicas objeto de recuperação nos termos da avença apresentaram evidentes defeitos de pavimentação", contesta o MPF.
O procurador da República, Luiz Antônio Ximenes Cibin, responsável pela investigação, apura se o material utilizado pela empresa é o mesmo do edital e se a qualidade do asfalto que foi pedido pela Prefeitura é o ideal para suportar o alto fluxo de veículos que circulam pela região, principalmente no horário de pico.
Em entrevista ao portal Bonde, Cibin ainda revelou que a origem do recurso utilizado na obra causou "estranheza". De acordo com ele, a verba federal veio por causa de uma solicitação da Prefeitura de Londrina ao Ministério de Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Após uma forte tempestade e ventania no dia 15 de outubro de 2009, o ex-prefeito Barbosa Neto (PDT) decretou estado de emergência e o Município pediu R$ 1,6 milhão ao Governo Federal para recuperação de áreas atingidas pela chuva. O termo de compromisso 367 entre o município e a União foi firmado em 2010.
"Em um primeiro momento R$ 500 mil foram autorizados. A empresa que realizou o serviço na região do Moringão foi contratada por R$ 393.396,46. Vamos verificar se aquela área foi atingida pela chuva ou pelo vento, já que a verba é destinada aos locais destruídos ou danificados por eventos da natureza", esclareceu o procurador, que também informou que Prestação de Contas do Município de Londrina ainda não foi avaliada pelo Ministério de Integração Nacional.