O prefeito Barbosa Neto (PDT) se utilizou do perfil no Twitter para voltar a defender a chamada ‘Lei da Muralha’. A iniciativa, criada em 2005 e readequada em 2006, durante a gestão petista de Nedson Micheleti, restringe a instalação de supermercados, com mais de 1,5 mil m², e casas de material de construção, acima de 500 m², em quase toda a cidade.
Segundo Barbosa, quem defende a derrubada da ‘Muralha’ em Londrina é "imobiliarista inescrupuloso". "[Eles] só querem vender terreno e só se preocupam com o lucro fácil, deixando o passivo irreversível como legado. Invoco o Estatuto das Cidades e o direito discricionário do Poder Executivo, que têm obrigação de preservar a qualidade de vida e não o lucro", argumentou.
No entendimento do prefeito, o maior ‘lucro’ que precisa ser preservado "é o ambiental e social, que Londrina conseguiu até aqui". "Não se pode curvar ao poder econômico. Não se pode fazer um discurso maniqueísta de simplesmente ser a favor ou contra a Lei da Muralha. Tem que se discutir à luz da razão e preparo", ressaltou.
Barbosa Neto também criticou o apelido dado à lei pelos empresários que defendem a sua derrubada. "É um golpe de marketing, pois o nome não retrata o que é real. A lei não barra nenhum hipermercado de se instalar na cidade. Tanto é que 45 se instalaram em Londrina nos últimos sete anos", justificou. "Lamento apenas a ignorância de alguns, que se deixam levar por formadores de opinião que têm muitos $ motivos pra justificar seus interesses!", completou o prefeito.
Outro lado
A ‘Lei da Muralha’ já foi criticada pelo Conselho Municipal das Cidades, pelo Movimento Londrina Competitiva e por sindicatos ligados aos supermercadistas e ao setor da construção civil. Todos alegam que a iniciativa cria a chamada reserva de mercado em Londrina.
A ‘Muralha’ também estaria acabando com a livre concorrência e, consequentemente, ajudando a aumentar os preços dos produtos encontrados nos estabelecimentos que se instalaram na cidade antes de a lei entrar em vigor.
O vereador Roberto Fu (PDT) pede, desde o ano passado, a derrubada da ‘Muralha’. O projeto, que prevê a revogação da lei, já foi apresentado na Câmara Municipal de Londrina, mas, atualmente, está fora de pauta. Fu pretende marcar, ainda nesta semana, nova audiência pública, para voltar a discutir o impasse com a população e o empresariado londrinense.