Londrina

MP vai intensificar fiscalização em motéis de Londrina

14 out 2010 às 08:13

Continua cercada de mistério a morte da menina de 13 anos que foi abandonada praticamente sem vida no Hospital da Zona Norte de Londrina, na última sexta-feira, após sair de um motel na mesma região. Ontem, o delegado responsável pelas investigações, Júlio César de Sousa, ouviu a mãe da adolescente, que entregou as roupas que a filha usava no dia do crime. Pelo fato da reportagem da FOLHA ter entrado sem dificuldades em vários motéis acompanhada de uma adolescente da mesma idade, o Ministério Público garantiu intensificar a fiscalização.

Por conta do feriado, o inquérito sobre a morte da adolescente foi iniciado ontem, com o depoimento da mãe da jovem. Ela entregou as roupas que a filha usava no dia do crime e um telefone celular. Conforme Sousa, a blusa estava rasgada, mas sem marcas de sangue. A mãe reafirmou que a filha não conhecia nenhuma das pessoas que teriam estado com ela no motel - os presos Cléverson Leandro Silva, 19, e Wendel M. Palhano, 19 anos; um terceiro rapaz identificado apenas como Giovani; e mais duas adolescentes.


''A mãe disse que a menina não tinha histórico de delinquência, que saiu com uma amiga para uma festa de aniversário sem levar o celular. Por volta das 23 horas, quando tudo acontecia, a mãe mandou duas mensagens para o celular da amiga mas não obteve resposta. Essa amiga está desaparecida'', disse o delegado.


O delegado pretende dar rapidez ao caso, ouvindo nos próximos dias funcionários e o dono do motel, servidores do hospital e as adolescentes que estariam com a vítima. Além disso, ele continua as buscas para localizar Giovani, que também teria estado no motel com o grupo. O delegado reforçou a tese de homicídio doloso (intencional) por overdose de cocaína, já que os dois rapazes presos afirmaram que a garota teria consumido a droga e passado mal.


A promotora titular da Vara da Infância e Juventude, Édina Maria de Paula, reiterou que menores de 18 anos não podem frequentar motel e que cabe, inicialmente, aos pais manter a vigilância. ''Porque tem pai que consegue segurar e proteger seus filhos e outros não?'', questionou.

Ela também criticou ''a deficiência dos poderes públicos em fiscalizar'' os motéis para apurar se estão ou não impedindo a entrada de adolescentes, já que também podem ser responsabilizados por isso. Anteontem a FOLHA entrou no mesmo motel na companhia de uma adolescente de 13 anos e o pai dela, e ninguém exigiu qualquer identificação. ''É um absurdo isso, mas vou providenciar uma recomendação administrativa exigindo que a lei seja cumprida'', observou. A FOLHA fez contato com o motel, mas nenhum responsável atendeu a reportagem.


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