O Ministério Público (MP) solicitou à Justiça que mais três auditores da Receita Estadual sejam presos em Londrina. Eles são suspeitos de integrarem o esquema de cobrança de propina e sonegação de impostos descoberto dentro do órgão estadual. Os três auditores já foram denunciados por suposta participação no esquema - com outras 59 pessoas -, mas seguem em liberdade.
O MP pediu a prisão de Ademir de Andrade, denunciado por cobrar propina de empresas, Amadeu Serapião, acusado de forjar a fiscalização da Receita e esconder documentos e computadores dos promotores, e de Ana Paula Lima, esposa do suposto operador do esquema de cobrança de propina, Márcio Albuquerque de Lima. O marido da auditora, inclusive, teve a prisão decretada pela Justiça no início do mês passado, mas segue foragido.
Os novos pedidos de prisão feitos pelo MP ainda precisam ser analisados pela juíza da 3.ª Vara Criminal de Londrina, Débora Pena.
Esquema
De acordo com as investigações do MP, os auditores acusados criaram o esquema criminoso com o objetivo de cobrar propina de empresários que deviam impostos ao Estado. Conforme o MP, os fiscais protegiam a sonegação tributária dos empresários em troca da vantagem indevida.
Os valores da propina, ainda de acordo com as investigações, variavam entre R$ 200 mil e R$ 500 mil. Alguns dos pagamentos teriam acontecido dentro da própria Receita Estadual.
Nesta semana, o MP focou a apuração sobre o esquema criminoso em Arapongas. Conforme as investigações, auditores fiscais da cidade vizinha teriam usado o mesmo modus operandi da Receita de Londrina para cobrar propina de empresários do setor moveleiro.