Motoristas do transporte coletivo ligados ao Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrina) prometem fazer uma paralisação durante o início da manhã desta sexta-feira (9) após o não pagamento integral dos salários nesta semana. Esta quinta-feira (8) foi o segundo dia de negociações entre os profissionais e representantes das empresas do transporte coletivo de Londrina no Ministério Público do Trabalho.
Desde a tarde de quarta-feira (7), o sindicato dos profissionais esteve reunido com a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), a Procuradoria-Geral do Município e representantes da TCGL (Transporte Coletivo Grande Londrina) e Londrisul em busca de um acordo, o que não ocorreu, segundo o presidente, José Falleiros.
À FOLHA, Falleiros, disse que a manifestação é uma reação espontânea dos trabalhadores "que não receberam seus salários" após o quinto dia útil do mês de abril. "Infelizmente, lá no Ministério Público do Trabalho não tivemos avanços e nem uma previsão de quando vai sair o pagamento. Então, isso é falta grave do empregador, é até quebra do contrato de trabalho. O trabalhador pode paralisar e o sindicato vai estar lá para apoiá-los", disse.
Questionado, Falleiros confirmou que há um "indicativo" de greve entre a categoria. Por outro lado, por se tratar de um serviço essencial, greves e paralisações precisam ser comunicadas ao Poder Público com 48 horas de antecedência.
A atividade econômica já vinha registrando queda na receita mesmo antes da pandemia da Covid-19. Em seguida, as empresas viram o movimento de passageiros cair de cerca de 120 mil usuários diários para menos de 40 mil por dia.
Por conta disso, a TCGL alega que o desequilíbrio econômico-financeiro do contrato firmado com o município referente ao ano passado e aos três primeiros meses deste ano já atinge R$ 28 milhões. No caso da Londrisul, o valor chega a R$ 13,5 milhões. Já os valores informados ao Ministério Público do Trabalho pelas empresas referente às suas folhas de pagamento giram em torno de R$ 2,8 milhões e R$ 1,2 milhões, incluídos os encargos, respectivamente.
Representantes das empresas também alegaram ao MPT que os R$ 6 milhões pago pela Prefeitura de Londrina relativo à antecipação do vale-transporte dos funcionários já foi "totalmente utilizado pelas empresas", relatou.