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Morte de homem que 'invadiu' delegacia poderia ter sido evitada, defende presidente da Adepol

Redação Bonde
16 jul 2017 às 12:43

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- Divulgação/Polícia Civil
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A morte de Rogério Teixeira, 46 anos, na madrugada de sábado (15), poderia ter sido evitada, se houvesse mais de um agente policial na seção de plantão da 10ª Subdivisão de Polícia (10ª SDP), em Londrina. Esta é a opinião do presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná, João Ricardo Noronha, que reclama a falta de concursos públicos para suprir o quadro de servidores nas delegacias estaduais.

Na madrugada de sábado (15), Rogério Teixeira teria invadido a seção de plantão da 10ª SDP. Segundo o delegado-chefe da unidade, Osmir Ferreira Nunes, o homem estourou as portas de entrada (fechadas, diariamente, às 22h) e avançou contra o agente, que estava sozinho. Ainda segundo ele, ordens foram dadas para que o homem parasse, mas nenhuma delas foi acatada. Além disso, e antes de atirar contra Teixeira, o plantonista atirou nas paredes.

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Para o presidente da Adepol, o caso lança luz sobre o problema da falta de policiais nas delegacias paranaenses. "Se houvesse mais um agente, os dois poderiam imobilizar o homem que entrou no local, evitando a morte dele", afirmou. "Jamais um policial pode trabalhar de forma individual. Na prática policial, um elemento básico é nunca trabalhar sozinho, nunca sair de uma viatura sozinho."

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Noronha exemplificou dizendo que, atualmente, 50% das vagas para escrivão estão abertas. Além disso, mais de 200 municípios, dez deles sedes de comarca, não têm delegados próprios. "Não é culpa do policial. Se eu não tenho número de policiais suficiente, muitas vezes o agente acaba fazendo plantão sozinho, acumulando até a guarda de presos", disse. "Isso é extremamente grave, é uma realidade absurda, caótica."

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O delegado de Londrina afirmou, no sábado (15), que, apesar de os plantões serem sempre supridos por equipes de policiais civis, no momento do ocorrido apenas um estava na repartição, enquanto os outros atendiam ocorrências externas. O agente foi afastado das funções e um inquérito policial será instaurado para levantar todas as informações. Peritos encontraram uma porção de cocaína na roupa do 'invasor' e a suspeita é de que ele passasse por 'confusão mental'.


O presidente da Adepol divulgou uma nota à imprensa para ressaltar a importância de se abrir concursos públicos para a contratação de policiais. Leia abaixo o texto na íntegra.


"Recebemos informações de Delegados da região [de Londrina] dando conta de que o investigador estava sozinho no plantão policial, isso muito nos preocupa porque tem sido uma constante em pequenos municípios do interior, e a se confirmar trata-de uma triste realidade que chega também aos grandes centros como é o caso de Londrina. A doutrina operacional nos ensina que a unidade policial mínima deve ser composta por dois agentes, o investigador nunca poderia estar sozinho prestando qualquer serviço de natureza policial. A inobservância dessa regra gera tragédias como essas, se o policial estivesse com cobertura de outro agente, poderia ter imobilizado o agente agressor sem a necessidade do disparo, e essa morte poderia ter sido evitada. A Adepol tem denunciado sistematicamente o desmonte que a polícia civil vem sofrendo em matéria de efetivo, tanto a entidade classista como o Ministério Público de Londrina tem demandas judiciais exigindo do estado a imediata contratação de policiais, esperamos que o Poder Judiciário tome em breve providências, de modo a evitar mais tragédias. Vamos acompanhar a apuração do caso, que deve ser conduzido pela DH de Londrina, mas a se confirmar essa situação teremos nesse episódio duas vítimas da omissão estatal para com a Segurança Publica Paranaense, o policial que solitário que se viu obrigado a atirar, e o cidadão que teve sua vida ceifada."

A reportagem não conseguiu contato com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária neste domingo (16).


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