A quinta-feira (6) amanheceu da mesma forma que os outros dias sob a casa do operador de empilhadeira Reginaldo Silva Lima, que mora na Vila Rural Esperança, no Patrimônio Taquaruna, zona rural de Londrina, mas a rotina dele e da família não seria a mesma. Desconfiado da chuva que caía vagarosamente, o trabalhador chegou a pensar no pior, mas resolveu confirmar esperando no portão. Vinte minutos depois e com a estrada cheia de barro, Reginaldo pensou com os próprios botões: "hoje o ônibus não vai passar".
E é bem aí que a solidaridade fala mais alto. "Quem não tem carro se lascou. Tem que contar com a ajuda de outras pessoas para ir até Irerê pegar o ônibus. Eu conheço gente que está com o sapato cheio de barro porque teve que caminhar até chegar em um local seguro. É rir para não chorar", comentou Reginaldo. Todo dia, os moradores enfrentam três quilômetros de terra batida até chegar ao terminal de Irerê.
De acordo com a presidente da Associação de Moradores da Vila Rural Esperança, Rosicleide Alves Ramos de Lima, as crianças também são prejudicadas quando chove na região. "A estrada fica intransitável. Meu filho tem 11 anos e teve que andar mais de 2km a pé. Como mãe, fico com medo porque ele fica exposto aos perigos do dia-a-dia", comentou. Segundo ela, as reclamações já foram encaminhadas à Câmara de Vereadores, que enviou ofícios cobrando melhorias por parte da prefeitura. "Não tivemos nenhuma resposta", reclamou a moradora.
A reportagem tenta contato com a assessoria de imprensa da CMTU e a Secretaria Municipal de Agricultura para que as pastas comentem o caso.