A manifestação é liderada por parentes dos seis homens mortos em suposto confronto com a Polícia Militar no último dia 7 de fevereiro, na rua da Alegria, no bairro Felicidade.
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Segundo a PM, a situação ocorreu após a corporação receber denúncia de um "Tribunal do Crime" de determinada organização criminosa não informada. As equipes PMs se deslocaram para verificar a situação e, ao chegarem ao endereço, os homens apresentaram resistência, "sendo necessário fazer uso da força necessária e proporcional para conter a iminente e injusta agressão", conforme consta no boletim de ocorrência divulgado pela PM.
Renata de Oliveira, irmã de um dos homens mortos, de 33 anos, contesta a versão policial e diz que ele foi morto enquanto estava dormindo. Ela classifica a ação como "desproporcional" e argumenta que o irmão ainda estaria com o pé quebrado. "Meu irmão não volta mais, mas queremos e acreditamos na Justiça. Ele nem da cama levantava, estava usando muleta e morreu dormindo. A ação foi uma verdadeira covardia."
Pai de João Victor, 28 anos, um dos mortos no confronto, o auxiliar de serviços gerais João Santos (foto) afirma que nunca houve tribunal do crime e defende a inocência do filho. "A ação foi feita por policiais despreparados. O meu menino trabalhava em um supermercado e foi entregar a compra para eles. Meu menino era inocente de tudo, deram coronhada na cabeça dele. Eu quero saber da Justiça, o caso não pode ficar impune. Só ouviram os policais e não ouviram a família até agora. Queremos que o Ministério Público entre em ação. Não existiu confronto, meu menino nunca relou numa arma", desabafou.
Durante o protesto de quinta-feira, os moradores gritaram palavras de ordem e pediram urgência no uso de câmeras nas fardas dos PM's do Paraná, ferramenta que ainda não é usada durante rondas e operações policiais militares no Estado. A despeito das recomendações do Ministério Público, a Sesp (Secretaria de Segurança Pública) ainda não institui oficialmente o aparato.
Questionado sobre a investigação da ação policial, o major Élio Boing, comandante do 30º Batalhão da Polícia Militar, informou que foi instaurado inquérito na Justiça Militar. "O caso está com um oficial encarregado e dentro do prazo de 40 dias será finalizado. Após esse período, o documento será remetido para análise do Ministério Público", respondeu.