Uma das vítimas de abuso sexual do ex-presidente do Partido Verde (PV), Marcos Colli, apontada pelo Ministério Público (MP), mudou-se de Londrina a partir do momento em que foi procurada por Colli, que mesmo assim seguiu mantendo contatos com a adolescente, que passou a residir em outro Estado.
Na tarde de ontem (12) foram ouvidas a mãe e a tia das três vítimas, de 10, 12 e 14 anos, na quarta ação criminal impetrada contra o ex-assessor da Câmara Municipal de Londrina pelos crimes de estupro de vulnerável e por filmar e fotografar crianças e adolescentes em poses sexuais e pornográficas. No processo, o MP acusa Colli de também utilizar uma arma para ameaçar uma das vítimas. Duas das crianças já foram ouvidas e a terceira, por estar morando em outra cidade, será ouvida por carta precatória.
"Há relatos que em determinada oportunidade a vítima se mudou para se afastar dos assédios, dos abusos e da insistência do acusado. Quando os fatos vieram à tona ela voltou a morar em Londrina e depois se mudou novamente", relatou a promotora Caroline Esteves. "Os depoimentos comprovaram que houve a confirmação dos abusos das três vítimas. A mãe das vítimas confirmou que uma das filha foi ameaçada por uma arma de fogo. No estupro praticado com violência ou grave ameaça existe uma exasperação da pena."
O advogado Mateus Vergara rebateu as declarações do MP e garantiu que as testemunhas não confirmaram as acusações. "Elas disseram que nada aconteceu. A tia das meninas contou que não houve estupro, que ele só encostava a mão nelas. A história da arma também é mentira. Diante disso esperamos caminhar pela absolvição neste fato", apontou Vergara.
Marcos Colli está preso desde 20 de maio em uma cela no 5º Batalhão da Polícia Militar e ainda não foi ouvido em nenhum dos processos. Para isso faltam os depoimentos de algumas testemunhas por carta precatória. "A Justiça resolveu separar os processos e está provando do próprio veneno. O processo não é tão rápido como as pessoas pensam e nem pode ser tão rápido. Justiça muito rápida é injusta", ressaltou Vergara.