Meses chuvosos são sinônimo de alagamentos em vários pontos de Londrina. Todos os anos o problema se repete e as medidas tomadas pela administração municipal tem sido paliativas, passando longe de uma solução definitiva. Em muitos casos, os transtornos são causados pelos bueiros entupidos. De acordo com o secretário de Obras de Londrina, Walmir Matos, pelo menos de 20% dos 110 mil bueiros da cidade apresentam algum tipo de problema que impedem o escoamento da água da chuva.
Atualmente, a secretaria tem apenas um caminhão equipado com uma bomba para fazer a limpeza dos bueiros de forma precária. Em um dia, os operários conseguem fazer a limpeza de apenas seis pontos. Com o ritmo de trabalho atual, seriam necessários cerca de 15 anos de trabalho para dar conta da demanda de 22 mil bueiros entupidos.
E o problema só aumenta. De acordo com Matos, bueiros que deveriam funcionar sem manutenção por dez anos estão com vida útil de no máximo dois anos, por conta do acúmulo excessivo de lixo pelas ruas da cidade.
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Um reforço de peso, no entanto, pode acelerar os serviços. No início de dezembro, a Prefeitura adquiriu um caminhão especializado para abrir os bueiros obstruídos. Segundo o secretário, o caminhão equipado com uma sonda rotativa possui mais recursos técnicos e pode agilizar o trabalho, reduzindo o prazo para limpeza de todos os bueiros da cidade para aproximadamente sete anos. "Atualmente os operários têm que entrar nos bueiros para retirar animais mortos e toda a sorte de objetos. O novo caminhão, mais potente, vai ajudar muito", contou. O caminhão segue em montagem pela empresa vencedora da licitação e deverá ser entregue no final do mês que vem. Os caminhões estão inclusos em um pacote de 30 equipamentos que serão pagos com recursos de R$ 10 milhões oriundos de empréstimo feito junto ao Paraná Cidades, do governo estadual.
Enquanto isso, vários pontos na cidade apresentam problemas graves. Na Avenida Celso Garcia Cid, na Vila Siam (zona leste), três bueiros próximos estão totalmente entupidos. No início da tarde de ontem, uma grande poça acumulava a água da chuva do dia anterior na esquina da via com a Rua Débora. "Sempre foi problemático, mas se agravou pouco antes do Natal. Quando chove, a rua fica toda alagada", contou a dona de uma oficina mecânica, Jéssica Aparecida Alves.
Outro que sofre com o problema na mesma região é o auxiliar de serviços gerais de uma sacaria, José Evangelista Alves da Silva, de 57 anos. "Todo o lixo dessa região vem parar aqui na baixada em frente ao nosso comércio, para limpar dá trabalho. E o pior é que entope tudo", disse, apontando para a água parada no fundo do bueiro.
Matos informou que o lixo, principalmente plásticos e garrafas pet, e os entulhos de construção são os maiores causadores dos entupimentos. "É um problema grave que nunca daremos conta se não houver a colaboração dos moradores. É um dinheiro que poderia estar sendo investido em melhorias caso houvesse maior conscientização", advertiu.