Os representantes das centrais sindicais que promoveram a greve geral da última sexta-feira (28) vão se reunir às 18 horas desta segunda-feira (1º) na sede do Sindicato dos Bancários de Londrina, na Avenida Rio de Janeiro, centro de Londrina, para discutir quais atitudes serão tomadas em relação aos xingamentos proferidos pelo vereador Filipe Barros (PRB) em um vídeo postado em suas redes sociais. Logo nos primeiros segundos da publicação, o parlamentar conta que viu apenas "meia dúzia de gatos pingados" de manifestantes numa barraca da Avenida Higienópolis. Diz ainda que o movimento estava "fraquíssimo".
Segundo os organizadores, o movimento teve adesão de pelo menos 15 mil em Londrina. O protesto fechou as imediações da Avenida Leste Oeste e terminou no Calçadão. Mais adiante na gravação, ao avistar um grupo pequeno de pessoas concentradas na Avenida Leste Oeste, ele anuncia: "Tem uns 50 grevistas aqui, vamos fazer um bullying". Com o vidro aberto e sem parar o veículo, ele grita: "Vão trabalhar, vão trabalhar seus vagabundos". O assessor, que não aparece nas imagens, também grita: "Lula na cadeia". Ambos dão risada. "O negócio é bullying, bullying em grevista", afirma Barros.
Em entrevista ao Grupo Folha neste domingo (30), Barros disse não ver quebra de decoro pelo fato de passar xingando as pessoas. Ele também afirmou que se dirigiu "apenas aos sindicalistas, que estariam muito revoltados com o fato de que o imposto sindical está para acabar". De acordo com o vereador, os sindicalistas estariam impedindo colegas de trabalhar. "Ninguém se indigna com os trabalhadores que não conseguiram chegar nos seus respectivos trabalhos por conta da greve dos ônibus."
O Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina (Sindserv) postou uma nota de repúdio em sua página oficial do Facebook. Diz a mensagem: "Acreditamos que o vereador desconhece a realidade do município onde legisla ou o fundamento do movimento. Uma vez que a greve é contra a reforma previdênciaria e trabalhista e organizada por todas as centrais sindicais".
As críticas continuam. "Os vagabundos que o senhor cita são responsáveis pelo crescimento da cidade, são os vagabundos que educam as crianças e jovens, formam nossos profissionais, tratam os doentes, limpam as ruas, cuidam do trânsito, iluminam o município. Falar que a população que move a cidade é vagabundo é desconhecer a população pela qual legisla. Por isso o Sindserv exige respeito a todos que participaram do movimento."