O número total de acidentes de trânsito registrou queda de 17,63% em Londrina entre janeiro e agosto deste ano, quando em comparação com o mesmo período de 2019. Foram 2.018 acidentes contra 2.450, numa contagem que inclui colisões, atropelamentos, quedas de veículo e choques contra anteparos.
A quantidade de acidentados acompanhou a tendência e caiu de 2.908 para 2.341, um decréscimo de 19,5%. A soma dos óbitos encolheu 10,42%, passando de 48 para 43, com destaque para a expressiva redução de acidentes entre os motociclistas. Nesta categoria a contração foi de 42,31%, com 11 mortes a menos.
Divulgados nesta quarta-feira (16), os dados fazem parte do estudo "Vida no Trânsito é Vida que Segue”, que substituiu o antigo "Placar do Trânsito”. O levantamento, organizado pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), recebeu mudança de nomenclatura em razão da ideia de "contagem de pontos” que a palavra "placar” representa.
Apesar da retração no quadro geral de óbitos, a análise apresentou aumento, de 11 para 14, dos episódios fatais envolvendo pedestres. A informação preocupa o diretor de Trânsito da CMTU, major Sergio Dalbem, já que o montante é o mesmo apontado em todo o ano passado. "Em apenas oito meses Londrina atingiu a marca de 2019, o que denota mais imprudência por parte dos condutores”, afirmou.
Segundo ele, com ruas e avenidas entre 10% e 20% mais vazias em razão da pandemia de coronavírus, muitos se sentiram à vontade para abusar do acelerador. Esse comportamento, de acordo com o diretor, está diretamente ligado ao agravamento dos incidentes. "A rotina de maior velocidade adotada por quem está ao volante traz sérios riscos, pois diminui consideravelmente a capacidade de reação em casos imprevistos”, avaliou.
Para encarar a situação, a CMTU tem investido na campanha "Olhe e Sinalize”, iniciativa que envolve a implantação de sinalização diferenciada em locais de travessia, orientação e fiscalização nas ruas e divulgação nas mais diversas mídias.
Lançada em 2017, a ação busca instaurar entre os pedestres o hábito de aguardar na calçada, estender o braço para indicar a intenção de passar, estabelecer contato visual com o condutor e só então, com os veículos parados, cruzar a pista.
Os esforços visam uma mudança de comportamento entre os motoristas, mas principalmente entre o público a pé. "A preferência é sempre do pedestre, mas o direito de atravessar com segurança deve ser exercido de modo consciente, nos pontos adequados e da forma correta. A responsabilidade precisa ser compartilhada”, ressaltou Dalbem.
OUTRAS INFORMAÇÕES
Além de traçar um panorama da violência no trânsito na cidade, o balanço da CMTU apontou a avenida Brasília como a que mais registrou mortes em 2020. Foram cinco casos fatais, uma a mais que o trecho urbano da PR-445, que aparece em segundo lugar. Na sequência vem a avenida Dez de Dezembro, com três óbitos, a Saul Elkind, com dois, e a Tiradentes, com um.
O número de autuações caiu de 97.300 para 93.694 nos oito primeiros meses do ano, mas houve crescimento das infrações de natureza grave e gravíssima. No primeiro caso, os registros saltaram de 26.321 para 33.657, enquanto, no segundo, o acréscimo foi de 20.451 para 22.509.
Exceder o limite de velocidade da via em até 20% é a falta mais cometida no trânsito em Londrina, com 25.441 flagrantes feitos pelos radares fixos e móveis. Em seguida está a falta do uso de cinto por condutores e passageiros, com 13.632 multas emitidas, e o manuseio/uso do telefone celular ao volante, com 8.350.