Londrina

Londrina: Justiça nega devolução de bens de dono de escritório acusado de fraudes no DPVAT

05 mai 2017 às 17:21

O juiz da 5ª Vara Criminal de Londrina, Paulo César Roldão, negou a devolução de 27 veículos, entre carros luxuosos e motos, e a restituição de contas bancárias do proprietário do escritório Cantoni Revisões, Márcio Rodrigo Cantoni, alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizada para investigar supostas fraudes cometidas por ele contra beneficiários do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT). Outros três réus no mesmo processo e mais cinco empresas também não tiveram o dinheiro liberado pela Justiça.

A defesa de Cantoni alegou que os produtos e valores apreendidos pelo Gaeco não indicavam prática de 'nenhum delito'. Os advogados ainda justificaram que houve 'desproporcionalidade' entre o sequestro e os supostos crimes identificados. No entanto, para o juiz Paulo César Roldão, os veículos 'possuem procedência ilícita porque o denunciado teria registrado enorme ganho patrimonial após a constituição das empresas, permitindo que o mesmo adquirisse bens de alto valor decorrente dos valores aproprieados indevidamente das vítimas que foram enganadas'.


No dia da operação, Márcio Cantoni não foi localizado, mas se apresentou dias depois para ser ouvido no Gaeco. Segundo o coordenador do órgão em Londrina, promotor Jorge Barreto, o esquema criminoso funciona de duas maneiras: na primeira, as vítimas de acidentes eram procuradas por advogados vinculados à Cantoni Revisões, que obtinham procurações. Quando os recursos eram liberados, o dinheiro ia para o escritório e não era repassado aos beneficiários.

Do outro lado, a empresa usava o nome de pessoas acidentadas para conseguir a liberação do seguro, sem sequer comunicar os clientes da existência das ações indenizatórias. Além do desvio do dinheiro, houve a suspeita de falsificação de documentos. As investigações do Gaeco apuraram irregularidades que teriam ocorrido entre 2008 e 2009. Em 2012, o escritório já tinha sido acionado pela OAB por exercício ilegal de advocacia.


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