A Secretaria Municipal de Educação iniciou nesta semana uma sondagem entre os professores da educação infantil e da educação básica da rede de Londrina. O objetivo é verificar a viabilidade de extensão da jornada de trabalho de 20 para 30 horas semanais e da carga horária dos alunos de quatro para cinco horas diárias, saltando de 20 para 25 horas na semana. Segundo a secretária de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, a mudança representaria um salto de qualidade no ensino municipal e a valorização dos professores. As alterações seriam implementadas a partir de 2019.
Da forma como a rede é estruturada hoje, as escolas trabalham com um calendário letivo de 200 dias anuais, totalizando 800 horas anuais, que é o mínimo previsto pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases). Com as mudanças, a educação municipal poderia se aproximar da meta da educação integral, que são mil horas anuais com um mínimo de sete horas diárias.
Para esclarecer sobre a pesquisa e as mudanças propostas, a secretária gravou dois vídeos que estão disponíveis no YouTube, um mais longo, de quase 11 minutos, direcionado aos professores da educação básica, e outro de menos de três minutos, para os professores da educação infantil. Nas duas publicações, ela reforça que a pesquisa não significa uma tomada de decisão e que a iniciativa foi adotada apenas para ouvir os professores da rede.
Como ficam os professores?
Hoje, os professores cumprem uma jornada de 20 horas semanais, sendo que um terço dessa carga horária é reservado à hora-atividade. Com a ampliação da jornada em dez horas, explicou a secretária, os professores passariam quatro horas com o aluno e cumpririam uma hora-atividade diariamente. Além disso, uma vez por semana eles teriam de participar de uma atividade extra de formação em serviços de duas horas remuneradas e as três horas restantes seriam cumpridas em casa, com o planejamento de atividades.
Para o professor da educação infantil, que já cumprem as 30 horas semanais, com um terço da jornada destinado ao planejamento, a mudança determinará que três horas semanais sejam reservados à hora-atividade em local de livre escolha e não mais obrigatoriamente na escola, como é atualmente.
"Hoje, a gente precisa de três professores com 20 horas semanais cada um para completar 60 horas de trabalho. Com a otimização, a gente vai ter dois professores com 30 horas, totalizando 60 horas. A cada dois professores que optarem pela alteração de carga horária, a gente vai ter mais um professor. Com isso, a gente consegue atender as 25 horas semanais e fazer uma redução de hora extra", explicou a secretária de Educação.
A expectativa é de que no final de agosto o município tenha um direcionamento de quais mudanças poderão ser feitas na rede educacional a partir de 2019 e que os dados possam ser apresentados ao prefeito, à Câmara de Vereadores e ao Conselho Municipal de Educação.