Cinco entidades protocolam no fim da tarde desta sexta-feira (31), no Ministério Público, um pedido de esclarecimentos e providências contra a instituição de ensino superior Unifil relacionado a um vídeo produzido pela UTV, que faz parte do grupo, contra a "ideologia de gênero". A gravação utiliza narração de crianças para contestar a existência de diferentes orientações sexuais com base nos cromossomos que definem as características sexuais do corpo e prega que o assunto não deve ser ensinado nas escolas.
Assinam o pedido representantes da Comissão de Direitos Humanos da subseção local da OAB, do Fórum LGBT de Londrina e Região, do coletivo Mães pela Diversidade, do Fórum Municipal de Educação de Londrina e do Conselho Regional de Serviço Social.
"Este não é um assunto pactuado em nenhuma instituição nacional, não tem conselho de profissionais defendendo esta pauta", comentou Vinícius Bueno, representante do Fórum LGBT. Além disso, ele considera que essa "desinformação espalha o medo e a insegurança para as crianças. "Como as famílias não informação, de fato, sobre isso, então, ao invés de informar, acaba espalhando o medo para quem tem contato com este tipo de material", considera.
Bueno afirma que não existe a ideologia de gênero e que o que se incentiva nas escolas é a adoção do ensino sobre sexualidade, para que haja respeito a todas as pessoas, de diferentes orientações. "Esse tipo de discurso, que é velado e reproduz esses tabus, é um processo para aniquilar quem foge do padrão."
A assessoria de imprensa da Unifil foi procurada, mas a entidade não quis se manifestar antes de conhecer o teor da representação.