A Iguaçu do Brasil não realizou nesta sexta-feira (5) o pagamento dos salários do mês de março aos funcionários que trabalham em Londrina. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Londrina e Região (Sintracom), que realizou uma reunião nesta tarde para discutir o assunto com os empregados da empresa, que paralisou todas as obras em Londrina.
O dono da construtora, Carlos Alberto Campos Oliveira, ex-prefeito de Mandaguari, foi preso na última segunda-feira (1º) em Maringá durante a operação 'Casal de Papel' do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) por irregularidades na venda de imóveis. Além dele, dois funcionários foram detidos em Londrina e um casal de caseiros, que era usado como "laranja", foi preso em Mandaguari. Os caseiros foram liberados no mesmo dia após depoimentos no Gaeco.
Segundo o diretor do Sintracom, Gilmar da Silva, a Iguaçu do Brasil prometeu que os pagamentos referentes ao mês passado serão efetivados na próxima segunda-feira (8). Ele adiantou que uma nova reunião já foi agendada para terça-feira (9) para avaliar a nova situação. Cerca de 50 pessoas compareceram no encontro de hoje com a participação de operários dos canteiros de obra, empregados do setor administrativo e empreiteiros.
Caso a construtora não cumpra com as obrigações trabalhistas, o advogado do sindicato, Jorge Custódio, adiantou que deve entrar com um pedido de medida cautelar na Justiça para bloqueio dos bens da empresa com o objetivo de garantir o pagamento dos direitos trabalhistas dos empregados prejudicados.
"O mais interessante é o pagamento com dispensa dos empregados com rescisão homologada pelo sindicato para liberar os trabalhadores em busca de novos postos de trabalho", comentou Custódio. "Se isso não ocorrer, podemos entrar com a rescisão indireta utilizadas nestes casos. O desligamento é comunicado sem o trabalhador perder os seus direitos como em uma demissão sem justa causa", acrescentou.
Ele informou que aproximadamente 70 empregados foram contratados diretamente pela Iguaçu do Brasil em Londrina, no entanto, o advogado lembrou que o problema no pagamento de salários também atinge os funcionários das terceirizadas, que podem responder junto com a construtora.
Nesta sexta-feira, a Justiça acatou o pedido de bloqueio de bens dos envolvidos no esquema de comercialização de imóveis irregularidades feito pela Promotoria de Defesa do Consumidor. O objetivo é garantir o pagamento de indenizações aos consumidores lesados pelo esquema.