Os londrinenses já não se espantam mais: aqui, os empreendimentos imobiliários mudam as paisagens urbanas da noite para o dia. Desde a década de 1960, quando o primeiro boom da construção civil anunciou uma das vocações da cidade, vivemos em um grande canteiro de obras. Não é de se espantar, portanto, que nos últimos anos – e ainda com mais intensidade em 2010 – o setor tenha sido o grande responsável pelo dinamismo que transforma diariamente este pedaço de chão.
Se puxarmos pela memória as imagens que guardamos da Gleba Palhano (Zona Sul) de uns cinco anos atrás, não vão faltar hortas, plantações de milho, bucólicas chácaras e enormes terrenos vazios dividindo espaço com os primeiros prédios modernos do local. Hoje a paisagem está bem diferente e os espaços ociosos são cada vez mais raros.
A região é responsável pelo maior crescimento imobiliário de Londrina e, ao que tudo indica, tão cedo não vai dar sinais de fadiga. Só em 2010, as quatro maiores construtoras da cidade lançaram ali 19 empreendimentos residenciais e pelo menos oito comerciais, inaugurando o que deve ser mais uma tendência da região daqui para frente: a construção de prédios empresariais.
Na Zona Norte, um consórcio formado por três construtoras (Artenge, Protenge e Terra Nova) está erguendo o Residencial Vista Bela, que será como uma pequena nova cidade no final da Avenida Saul Elkind (sentido oeste). A obra é uma das maiores entre as que estão sendo desenvolvidas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida no País.
Serão 1.272 casas e 1.440 apartamentos, distribuídos em 90 prédios, em um terreno de 650 mil metros quadrados. Entre 10 mil e 12 mil londrinenses vão morar no local. Mais de mil pessoas trabalham no canteiro de obras.
Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon), o município aprovou 3.389 projetos de construção, totalizando uma área de 1.187.611,63 metros quadrados.
O ano foi tão bom para a construção civil que grandes construtoras de fora se renderam ao mercado de Londrina. Porém, a realidade que elas terão pela frente, segundo as principais empresas londrinenses do ramo, tem características peculiares, e uma delas é o alto nível de exigência.
O motivo é simples: somos uma cidade do interior com tradição e tecnologia para gerar produtos de ponta, altamente competitivos em grandes mercados. Tanto que, muito antes dos ‘estran-geiros’ chegarem aqui, os maiores empreendedores locais saíram em busca de novos espaços e hoje estão presentes em diversos outros Estados.
Para o presidente do Sinduscon, Osmar Ceolin Alves, as perspectivas também são boas para 2011, até porque, na área da habitação de interesse social, devem ser mantidos os investimentos por parte do governo federal. ‘O município tem um crescimento no setor na ordem de 10% ao ano, que deve se manter. Só para se ter uma ideia, a média de crescimento geral do País está entre 5,5% e 6%.’