Logo que Fabrício Oliveira nasceu a família percebeu alguns sinais que chamaram a atenção. A aparência do garoto, diferente da de uma criança recém-nascida, e a junção dos dedos dos pés e das mãos fizeram com que fossem buscar ajuda médica.
O diagnóstico só veio cinco meses depois: síndrome de Apert, doença rara que provoca a malformação craniana e a polissindactilia, que é a fusão de tecidos moles ou os ossos entre os dedos.
Morador de Itaúba, no interior do Mato Grosso, o garoto teve como primeiro tratamento a colocação de uma válvula comum em casos de hidrocefalia, para drenar o líquor em exagero do cérebro. No entanto, o método não trouxe resultados satisfatórios.
Leia mais:
Motociclista 'tiktoker' avança sobre repórter de tevê que rejeitou brincadeira de mau gosto em Londrina
Idosas do CCI Oeste se apresentam nesta quarta no Lar São Vicente de Paula em Londrina
Famílias de Londrina reclamam da comida servida aos detentos da PEL 3
Obra afeta distribuição de água em Londrina e Cambé nesta quarta-feira
“Ele começou a ter sintomas de baixa pressão intracraniana por conta da válvula, piorou a cranioestenose, ela foi drenando demais e foi fechando tudo”, relembra a mãe, Rosilene Aparecida de Oliveira.
Foi em Londrina, a mais de 1.800 quilômetros de distância, que a mãe encontrou o que o filho precisava. No interior do Paraná, Fabrício, hoje com um ano e sete meses, passou por uma cirurgia, realizada em fevereiro.
“Sinto muita gratidão, parecia um sonho distante”, resume.
A criança agora deverá ter sessões de terapia com fonoaudióloga e fisioterapeuta para ajudar na reabilitação e no desenvolvimento, que ficou prejudicado.
O procedimento, que aconteceu no hospital Evangélico, tem feito de Londrina uma referência no tratamento da síndrome, atraindo pessoas de outros estados brasileiros e até de países da América do Sul.
Reconhecido na área, o médico Alexandre Canheu explica que a doença genética é provocada por uma mutação no gene FGFR2, “que tem papel importante no crescimento dos ossos”. A consequência é a junção dos ossos de maneira precoce, provocando alterações nos formatos do crânio - como testa alongada, olhos distantes e o rosto mais para dentro -, mãos e pés.
“Se olhar a mãozinha e o pezinho do bebê é tudo junto, não consegue individualizar dedo, mas estão todos ali embaixo. A cirurgia é para corrigir. Tem também a questão craniana, com crianças que apresentam mais deformidade, menos, têm crianças com mais comprometimento cerebral, outras menos. Visualmente é diferente, mas temos as faces sindrômicas, que são os vários padrões de face. Via de regra é possível fazer o diagnóstico só de olhar, porém, encaminhamos para exames genéticos também”, detalha.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: