Em todo o ano de 2010, somente 645 motoristas foram multados em Londrina por trafegar acima da velocidade permitida. O número corresponde a menos de duas infrações por dia.
A baixa punição aos infratores se deve ao fato de que a cidade não tem radares fixos e as operações com radares móveis foram realizadas poucas vezes durante o ano.
O balanço sobre o número de autuações foi repassado pelo diretor de trânsito da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Wilson Santos de Jesus, que esteve na Câmara na sessão desta terça-feira (15) para falar contra o projeto do vereador Joel Garcia (PTN), que proíbe o uso de radares móveis na cidade.
O vereador argumenta que este tipo de fiscalização fomentaria a "indústria da multa". Mas, para Wilson de Jesus, tal argumento é uma falácia. "A cidade já não suporta mais este tipo de argumento: é uma falácia. Na minha opinião, a quantidade de multas é muito inferior ao número de infrações na cidade".
Wilson de Jesus disse que a maioria das pessoas pede mais fiscalização na cidade e é o que a CMTU pretende fazer a partir de março, através da operação "Tolerância Zero", no trânsito.
Pesquisa de opinião realizada em Londrina mostrou que 82,5 dos entrevistados eram favoráveis à fiscalização com radar móvel. A sondagem foi feita em setembro de 2010 pelo Instituto Portinari/Rádio Paiquerê AM;
Polícia Militar
O comandante da Companhia de Trânsito do 5º Batalhão da Polícia Militar, capitão Ricardo Eguedes, também criticou o projeto de Garcia. "Acredito que um projeto como esse pode fazer os motoristas acreditaram que em Londrina não há fiscalização e incentivar a velocidade excessiva", analisou o capitão, que também participou da discussão sobre o projeto na Câmara.
Eguedes também disse que o número excessivo de mortes no trânsito no ano passado – 86 pessoas perderam suas vidas em acidentes na zona urbana de Londrina – exige mais fiscalização e não a proibição de fiscalização de excesso de velocidade.
O projeto de Joel Garcia foi retirado de pauta por duas sessões.