O bacon frito na chapa exala um odor quase impossível de resistir. O pão está quentinho e a salsicha parece apetitosa. Para completar, alface e tomate fresquinhos. No centro de Londrina, principalmente no Calçadão e no Terminal Urbano, há dezenas de opções de lanches para quem está na rua, com pressa, e não quer gastar muito mais que R$ 1,00 para matar a fome. De acordo com a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), que fornece os alvarás de licença, são 126 ambulantes no centro da cidade que comercializam alimentos, principalmente sanduíches e salgados fritos.
Mas, como confiar na qualidade do produto comercializado, na higiene no preparo do alimento, nas condições de armazenamento dos frios? Se tudo isso não estiver de acordo, o belo e saboroso sanduíche, recheado de delícias, pode se tornar um ‘pesadelo’ horas depois que for ingerido. De acordo com o gerente da Vigilância Sanitária em Londrina, Marcelo Viana de Castro, a toxiinfecção alimentar é a consequência mais comum, causando vômito, diarréia, cólica e dor de cabeça, em diversos graus. A intoxicação normalmente tem origem no alimento contaminado com bactérias.
‘No meu carrinho, eu me garanto’, afirma uma das ambulantes, que prefere não se identificar. Mas, ela faz críticas aos colegas de trabalho e à Vigilância Sanitária. ‘Tem 15 anos que estou aqui no Terminal Urbano e, ontem (anteontem), foi a segunda vez que a ‘saúde’ veio fazer inspeção’, disse. Segundo ela, enquanto a Vigilância estava numa das extremidades da rua, na outra, os ambulantes se adequavam, tirando potes de catchup e mostarda do muro e guardando no isopor. ‘Tem gente que vende até hamburguer ‘verde’, frita o salgado em gordura velha e deixa os alimentos expostos’, disse.