A 1ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Londrina negou Habeas Corpus de policiais militares presos na última terça-feira (27), denunciados pela prática dos crimes de homicídio e fraude processual. Na ocasião, o pedido de prisão foi realizado para proteger uma testemunha que diz ter presenciado a execução do carroceiro Pedro de Melo Domingos, em março de 2016, e que estaria sofrendo ameaças.
Na última terça, o advogado dos acusados, Claudio Dalledone Júnior, disse que o motivo da prisão não condiz com a atitude de seus clientes e que vai "restabelecer a verdade" assim que se inteirar do que está ocorrendo. "Eles são pessoas acima de qualquer suspeita. Devem ter sido enredados em alguma armadilha preparada por pessoas que são contra a Polícia Militar".
O pedido de Habeas Corpus foi impetrado pelos advogados Cláudio Dalledone Júnior, Eduardo Ribeiro Caldas e Caio Fortes de Matheus, devido a decisão da MMª. Juíza de Direito da 1ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Londrina, que decretou a prisão preventiva dos policiais militares Jefferson José de Oliveira, Júlio César da Silva, Thiago Morales e João Paulo Roesner.
A defesa afirmou que a nova prisão cautelar dos policiais "é desprovida de fundamentação concreta no que se refere ao aludido risco a ordem pública, bem como é desnecessária para conveniência da instrução criminal, posto que, além dos mesmos já estarem afastado da atividade policial, as novas testemunhas ouvidas foram enfáticas em dizer que jamais foram procuradas por qualquer policial militar", conforme trecho do despacho. No entanto, a liminar foi indeferida pela 1ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Londrina.
O crime
Em março do ano passado, Domingos foi morto com tiros na cabeça e no tórax na via que liga Londrina ao distrito da Warta, na zona Norte, onde foi flagrado conduzindo uma carroça com objetos supostamente furtados. Na versão dos policiais, a vítima morreu em um tiroteio e os comparsas fugiram. Uma pistola calibre 380 foi encontrada na carroça.
Entretanto, as investigações apontaram que a arma encontrada pelos policiais é a mesma utilizada em dois homicídios ocorridos nos dias 25 e 30 de janeiro de 2016 - data da chacina ocorrida em Londrina cuja autoria ainda não foi desvendada. Pela denúncia do MP, os soldados da PM citados acima teriam matado o carroceiro e, em seguida, solicitado que outros militares trouxessem uma arma para forjar o suposto confronto. Além de homicídio, os policiais também são acusados de fraude processual.