Um procedimento de investigação foi aberto pela Corregedoria da Guarda Municipal nesta terça-feira (9) para apurar a conduta de um guarda. Segundo a denúncia do estudante Kicani Pietro, 28, e da professora Adilza Carvalho, 29, o guarda os abordou fora do horário de trabalho, armado, e se identificou como policial.
Eles filmaram a ação do guarda - que já foi identificado pela Guarda Municipal, mas não teve o nome divulgado pela corporação – e postaram no Facebook. Veja as imagens abaixo:
A situação aconteceu nas proximidades da AFML (Associação dos Funcionários Municipais de Londrina), zona sul da cidade, por volta das 11h de sábado (6). De acordo com Pietro, o oficial o abordou com sua amiga portando uma arma e questionando se eles estavam com arma e usando drogas. Eles estavam estacionados enquanto procuravam um endereço no Google Maps.
"Ele mandou a gente descer do carro e ficarmos de costas na parede", contou o angolano. Questionado por Adilza para exibir o distintivo, o guarda não o fez. Pelo relato dos jovens, uma moradora do local passou por eles e Adilza pediu socorro. "A senhora ficou muito assustada e deu ré no carro. Depois do ocorrido voltou ao local dizendo que foi ligar para a polícia", relatou a professora.
No vídeo, é possível ver o homem com a arma e Adilza chorando relatando o abuso. "Eu nunca vi isso, nem a polícia faz isso", expôs Pietro, que pede que o homem reviste o veículo. "Termina de fazer seu trabalho, então", falou. O homem então, replicou: "Não, está legalizado, tudo certinho". Perguntado sobre como ele tinha visto isso, o guarda respondeu: "Chamei na central".
Ao perceber que está sendo filmado o guarda se justificou dizendo que teria que os abordar, "vai que vocês tem arma, alguma coisa". A professora então o respondeu, "arma por quê? Porque a gente é negro?".
A discussão continuou e o guarda ainda se resguardou: "Antes polícia abordando vocês do que um ladrão abordando vocês, certo? Imagina vocês estão parados aqui, vem um ladrão e rouba o carro de vocês".
Pietro ainda questionou: "Mas não é assim que policiais trabalham, chegar com a arma na cara?", ao que o guarda respondeu dizendo que os jovens estavam "em outro planeta".