Parte dos 65 totens de informações turísticas espalhados por Londrina está depredada ou pichada e não há recurso para fazer a manutenção. Instaladas no primeiro semestre do ano passado, com o objetivo de levar informações históricas sobre pontos da cidade, como a Catedral Metropolitana, a Biblioteca Municipal, o Calcadão, as placas informativas são constantemente vandalizadas e ignoradas por quem passa pelo Centro.
O servente Jason Magnório da Costa afirmou que nunca reparou nos totens, mas os considera importantes. "É válido para quem vem fora. Quando vou para outra cidade sempre olho essas placas para conhecer sobre o lugar", comentou.
A vendedora Fernanda Isabella Araújo, que é de Cambé (Região Metropolitana de Londrina), também não tinha percebido a existência dos totens, mas defende que eles deveriam ser mais bem cuidados.
Mesmo quem trabalha em frente aos totens nunca parou uns minutinhos para conhecer o conteúdo. "Eles passam desapercebidos. Nunca vi ninguém parado ali olhando. Acho que não faz diferença ter ou não", disse a promotora Renata Plates Freira, que trabalha no Calçadão.
"Eu sempre olhei para aquela placa verde, mas nunca tive curiosidade de ir lá ver o que tinha nela", afirmou o taxista José Renato Pedroso Júnior, se referindo ao totem instalado na Praça Marechal Floriano Peixoto, no Centro. "Mas acho importante, principalmente para quem visita a cidade. Ajuda a conhecer melhor Londrina", acrescentou. A placa com informações sobre a praça foi danificada. O texto está rasgado, sem condições de leitura, e a estrutura pichada.
O diretor de Turismo do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Altemir Lopes, informou que o órgão não tem orçamento para manutenção dos equipamentos. A instalação foi paga com recursos do Ministério do Turismo e custou em torno de R$ 107 mil. "O projeto só previa a confecção e instalação dos totens. A manutenção tem que ser feita com orçamento do município, mas isso não foi previsto. Temos que refazer o projeto para prever a manutenção", disse o diretor.
MULTA
Antes mesmo da conclusão da instalação dos totens, a empresa que fazia o serviço precisou trocar alguns equipamentos que sofreram vandalismo. Na época, a empresa foi multada por atrasar a entrega das placas de informação turística. Lopes comentou que pretende fazer um levamento sobre a situação dos totens e discutir com o Instituto de Planejamento e Pesquisa de Londrina (Ippul) como evitar a ação dos vândalos, antes de fazer a reposição. "Os vândalos foram muito ousados. Acredito que é válido os totens e temos que fazer a reposição. Mas antes, precisamos definir como e de uma forma que não sofra tantos ataques."
O secretário de Defesa Social, coronel Rubens Guimarães, afirmou que a guarda municipal faz um trabalho para coibir a ação dos vândalos na cidade, mas que é complicado flagrar os ataques aos totens. "Só conseguimos atuar em caso de flagrante ou de denúncias. Precisamos que a sociedade denuncie mais", comentou o secretário.
Desde o ano passado está em vigor, em Londrina, a lei antipichação, que prevê a realização de campanhas educativas, intensificação da fiscalização e estratégias de combate à pichação. Os pichadores flagrados são multados em R$ 500. No caso de menores, os pais e responsáveis são penalizados. Mas, segundo o Guimarães, a lei não tem sido aplicada, pois não tem chego denúncias até a Secretaria.