A verba repassada pelo município para que hospitais de Londrina instalassem equipamentos de hemodiálise acabou sendo desviada para outras finalidades. A informação foi divulgada na última quinta-feira pelo secretário municipal de Saúde, Sílvio Fernandes, que afirmou estar ''preocupado e atento'' com a situação do atendimento de hemodiálise na cidade.
Segundo o secretário, em 1996, o Conselho Municipal de Saúde liberou recursos do Fundo Municipal de Saúde para que a Santa Casa, o Hospital Evangélico e o Hospital Universitário (HU) montassem estrutura para a operação. De acordo com ele, cada um recebeu R$ 150 mil mas, destes, o único que montou um serviço para diálise foi o HU, que ainda está para funcionar.
Segundo o secretário, a Santa Casa e o Evangélico teriam utilizado o dinheiro para outras finalidades, num caso que está sendo avaliado pelo Conselho Municipal de Saúde, que aguarda parecer técnico da Secretaria para aprovar a prestação de contas.
As assessorias de imprensa da Santa Casa e do Evangélico defendem que as considerações do secretário ''não procedem'' e dizem que o dinheiro do Fundo Municipal foi investido em patologias renais. No Evangélico, os recursos teriam sido gastos em duas máquinas de hemodiálise para casos mais agudos de doentes renais. A diálise chamada ambulatorial, mais rotineira, foi terceirizada.
O Evangélico alega que os R$ 150 mil não seriam ''suficientes'' para readequar a estrutura de hemodiálise ambulatorial de que o hospital dispunha na época, já que as portarias do Ministério da Saúde recomendaram a compra de equipamentos com qualidade total que seriam dispendiosos demais.
Na Santa Casa, a assessoria afirmou que o dinheiro foi destinado para patologias renais, mas com privilégio para transplantes e não para hemodiálises. O hospital afirma que, desde 1999, se tornou o grande referencial de transplantes renais na região de Londrina.