O número de homicídios registrado no primeiro semestre deste ano é 58% maior do que o índice do mesmo período de 2002. Este é o dado mais alarmante registrado pelos setores de estatística da 10ª Subdivisão Policial (SDP) e do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Londrina. Os números mostram ainda crescimento nos registros de roubos e furtos de veículos, com aumento também no número de veículos recuperados. As ocorrências de roubos e furtos de residências sofreram redução.
No primeiro semestre deste ano, foram registrados 111 homicídios. No ano anterior, as estatísticas mostraram somente 59. O delegado-chefe da 10ª SDP, Jurandir Gonçalves André, destaca, no entanto, que o número de resolução de homicídios também aumentou. Para ele, o desempenho é resultado da criação da Força-Tarefa de combate ao homicídio, criada há dois meses e comandada pelo delegado-operacional Márcio Vinícius Amaro.
''A maioria dos crimes deste tipo registrados na cidade são por motivo fútil ou torpe. A grande maioria dos envolvidos, entre autores e vítimas, tem passagem pela polícia'', disse. ''O número de pessoas idôneas que morrem nestes crimes é minoria'', enfatizou.
Para o tenente-coronel Manoel da Cruz Neto, comandante do 5º BPM, a maioria dos assassinatos está ligada ao tráfico e ao consumo de drogas. Segundo ele, ''é difícil coibir os homicídios porque é complicado impedir as rixas''. ''Uma opção é retirar as armas utilizadas nestes crimes, para impedir a ação de homicidas'', afirmou. Como forma de combate, Cruz cita as frequentes blitz-relâmpago e arrastões, para detectar armamentos, drogas e marginais foragidos.
As estatísticas de furtos e roubos de veículos apontam aumento de 11,93%. Foram 572 neste ano e 511 no ano anterior, no período de 1 de janeiro a 30 de junho. O índice de recuperados, no entanto, também cresceu: de 283 para 367. Os números mostram redução em um tipo de crime: furtos simples e qualificados e roubos a residências. A diminuição foi da ordem de 10,74%. O índice caiu de 1.629 para 1.454.
Para Cruz, um aumento no número de policiais pode ajudar no combate à criminalidade. ''Efetivo nunca é demais'', destacou. Segundo ele, o comandante geral da Polícia Militar no Estado, David Pancotti, anunciou que 1.300 novos policiais serão disponibilizados em todo o Estado.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), David Dequech Neto, afirma estar preocupado com a situação da violência na cidade. Para ele, a redução no número de arrombamentos é resultado do investimento em segurança particular. Este fenômeno é observado tanto em residências quanto em estabelecimentos comerciais. ''O comerciante deixa de investir em seu negócio para usar recursos em vigilância privada'', disse. ''O número de policiais por habitante é muito baixo e as viaturas estão sucateadas'', opinou.
Para combater a criminalidade na cidade, a Polícia Civil criou diversos grupos especiais operacionais, de combate a furtos e roubos, roubos, narcóticos, homícidios. Os resultados têm superado as expectativas. ''Estamos tentando prestar o serviço de segurança pública com os recursos que temos disponíveis'', concluiu o delegado André.
As diferenças registradas nas estatísticas das polícias Civil e Militar existem porque nem todas as ocorrências passam pelas duas corporações.