Na próxima segunda-feira (19), o Grupo de Trabalho do Trânsito de Londrina (GTT) dará início a uma ação conjunta entre forças policiais, órgãos municipais e estaduais na campanha nacional Rodovida Cidades. O objetivo é orientar e fiscalizar os condutores de veículos com a proposta de reduzir acidentes graves e, consequentemente, os custos sociais.
O grupo teve início em 2013, coordenado pelo Ministério Público (MP) com a participação de diferentes setores: Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL), Guarda Municipal (GM), Polícia Militar (PM), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Rodoviária Estadual (PRE), Polícia Civil, Departamento de Trânsito do Paraná (DETRAN PR), Econorte, Corpo de Bombeiros, Delegacia do Trânsito e Departamento de Estradas e Rodagens (DER), dentre outros parceiros.
"Enfrentar a violência no trânsito não compete a um órgão, somente, mas a todos os responsáveis direta e indiretamente, incluindo o cidadão. Essa união entre os setores tem possibilitado a análise conjunta de alguns problemas do cotidiano, com decisões e ações estratégicas, mais assertivas e dinâmicas para coibir alguns abusos e buscar soluções que ofereçam mais segurança aos londrinenses", diz o promotor de justiça, Dr. Paulo Tavares.
Neste sentido, O GTT viu como essencial a adesão ao programa Rodovida, da PRF. As operações serão realizadas em diferentes regiões do Município, no perímetro urbano e nas rodovias, com blitze educativas e de fiscalização em vários quesitos: condições dos veículos, documentação, consumo de bebida alcoólica, uso do celular na direção, dentre outras infrações e irregularidades.
Placar do Trânsito
Atendendo a necessidade de um estudo que norteasse as discussões com dados atuais e exclusivos ao cenário local, a CMTU passou a desenvolver e divulgar, mensalmente, o "Placar do Trânsito", com base nas informações dos setores envolvidos no GTT, incluindo os hospitais, o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Instituto Médico Legal (IML).
O Placar traz um panorama das ocorrências, óbitos, perfil dos envolvidos, principais infrações, dentre outras informações que contribuem para balizar as ações do Grupo e, ainda, disponibilizar o estudo para a população, por meio da imprensa, visando uma mudança de comportamento e cultura por parte dos motoristas e pedestres.
"Em setembro de 2014 lançamos também o programa ‘Londrina Escolhe a Vida’, com propostas voltadas à sinalização, aquisição de equipamentos, ações educativas e outras que cooperem para melhorar o trânsito da cidade. Contudo, nos dados analisados, constatamos que mais de 90% das ocorrências têm como motivo a imprudência e a imperícia, ou seja, a falta de atenção ou uma decisão insegura por parte dos motoristas e pedestres", alerta Hemerson Pacheco, diretor de trânsito da CMTU.
· Em 2014, o Placar do Trânsito apontou 3.917 acidentes no município, com 100 vítimas fatais (79 homens e 21 mulheres)
· Em 2015, foram 3.539 acidentes, com 100 óbitos (85 homens e 15 mulheres)
· Em 2016, até o outubro, o Placar registrou 2.939 acidentes, com 75 mortes (58 homens e 17 mulheres). No mesmo período, em 2015, foram 2.959, com 94 vítimas fatais
Rodovida Cidades
Em conjunto com órgãos estaduais e municipais de trânsito, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) lançou nesta sexta-feira (16), em todo o país, a sexta edição da Operação Integrada Rodovida.
A primeira edição em Londrina terá início na próxima semana, e uma coletiva de imprensa está marcada para as 10h da segunda, 19, na BR369 km 157, em frente ao Parque de Exposição Governador Ney Braga. Na sequência, será realizada uma ação educativa conjunta no local, com participação de representantes do Grupo de Trânsito de Londrina, dentre outros parceiros.
Principal ferramenta de enfrentamento à violência no trânsito brasileiro, a operação reúne, desde 2011, as três instâncias de governo em ações simultâneas com objetivo de reduzir o número de vítimas de acidentes. Ela seguirá até 5 de março, com atividades simultâneas de fiscalização, executadas em locais e horários pré-definidos pelas diversas instâncias de governo, e abrangerá o período das férias escolares, das festas de Natal, Ano Novo e Carnaval, marcado por um aumento no fluxo de veículos e de passageiros.
Custos sociais dos acidentes
Estima-se que o custo social de acidentes em rodovias federais no ano de 2014 foi de cerca de 12,8 bilhões de reais, de acordo com levantamentos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da PRF. O resultado da pesquisa aponta que um acidente fatal gera um custo médio de R$ 647 mil, enquanto o acidente com vítima gera um custo de R$ 90 mil. Os acidentes sem vítimas ficam em R$ 23 mil. A análise dos custos sociais mostra a importância das ações que têm por objetivo reduzir os índices de letalidade no trânsito.
Entre os focos estão ultrapassagens proibidas, excesso de velocidade, embriaguez ao volante, atropelamentos e acidentes com motocicletas, todas elas ocorrências com altos índices de letalidade.