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Estudos

Grupo de pesquisa da UEL identifica preocupantes problemas na coleta seletiva de Londrina

Da Assessoria
12 dez 2018 às 20:33

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- Anderson Coelho/Grupo Folha
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Nos últimos anos vem caindo substancialmente a quantidade de resíduos que é destinada pela população de Londrina à coleta seletiva. Em 2016 10,5% do total de resíduos domiciliares era destinado à coleta seletiva. Em 2017 o percentual cai para 7,1% e em 2018 a expectativa é terminar com aproximadamente 6% do total. Em média, um domicílio em Londrina encaminha para a reciclagem apenas 2,8kg de resíduos por mês, sendo que esse número poderia ser de 15kg.


Esse foi um dos resultados do grupo de pesquisa Gestão de Resíduos Sólidos Recicláveis de Londrina, coordenado pela professora Lilian Aligleri, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

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Um dos estudos realizados pelo grupo identificou que muitos materiais com possibilidades de reciclagem são encaminhados ao aterro por falta de compradores. "O material é reciclável, mas ele só será reciclado se alguma empresa quiser comprá-lo para se transformar em novos materiais", explica a professora Lilian. Ainda de acordo com ela, as empresas compradoras de materiais recicláveis precisam estar na mesma região onde estão as cooperativas para reduzir os cursos de transporte, que muitas vezes são mais altos do que o valor do material a ser reciclado. "Empresas muito distantes nem querem comprar o reciclado de Londrina porque já atendem outra região do país. Então, é preciso criar empresas recicladoras na nossa região".

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O grupo de pesquisa também detectou que na região de Londrina existe apenas uma fábrica de materiais recicláveis e muitos atravessadores, que ficam com grande parte do ganho econômico do material reciclado. "Como não há indústrias na região, as cooperativas vendem para os atravessadores porque não têm opção", analisa a professora Lilian. Para piorar ainda mais a situação, a cidade perdeu a Central de Valorização de Materiais Recicláveis, que faria o processamento de um dos plásticos de maior valor agregado, o PET, para revendê-lo à indústria. "É uma pena que desentendimentos entre as próprias cooperativas acabaram com uma das poucas iniciativas que poderia trazer maior ganho econômico", lamenta a professora.


A cidade, que já foi referência em termos de reciclagem, atualmente enfrenta ainda outros problemas graves. Segundo o grupo de pesquisa, a população encaminha 2,3 mil toneladas de vidro por ano às cooperativas de reciclagem. Tudo isso é levado para o estado de São Paulo, depois de separado e triturado a mão pelos recicladores, que recebem apenas R$ 0,07 por quilo. "Imagine o custo ambiental de transportar todo esse vidro por mais de 500 quilômetros e todos os riscos para os recicladores, que precisam quebrar manualmente toneladas de vidro todos os dias", diz a professora. De acordo com ela, se as cooperativas deixassem de recolher o vidro porque o valor que elas recebem é irrisório, a prefeitura teria um gasto de R$ 300 mil por ano só para levar o vidro gerado nas residências ao aterro sanitário de Londrina. Isso sem contar os problemas ambientais com o descarte de toneladas de vidro, que leva mais 300 anos para se decompor.

O grupo de pesquisa, formado por professores de diferentes áreas do conhecimento, realizou ainda uma análise dos pontos fortes e fracos da cadeia de reciclagem em Londrina para ajudar o poder público na definição de estratégias de ação. Os resultados dessa análise serão apresentados em um evento na UEL no dia 14 de Dezembro, semana em que se comemora o aniversário de Londrina.


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