Pelo menos 60% dos cerca de 500 funcionários da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), que trabalham em Londrina e região, fizeram uma greve de 24 horas durante toda esta quinta-feira (22). O Sindicato dos Trabalhadores nas Concessionárias de Energia Elétrica de Londrina e Região (Sindel) avaliou como positivo o percentual obtido. "A Copel tentou desestruturar a paralisação escondendo carros em postos de combustíveis e subestações e ameaçando os funcionários. Por isso, avaliamos que a adesão foi muito boa", declarou a diretora financeira do Sindel, Mônica Gulaess.
A categoria quer reposição salarial de 8,5%. O índice corresponde à correção da inflação e ao aumento real relacionado aos anos de 2011 e 2012. "Seriam 1,5% de aumento real por ano mais a inflação. Não aceitamos menos do que isso", destacou a diretora. Várias categorias como eletricistas, leituristas, engenheiros e técnicos paralisaram os serviços em todo o Paraná. A empresa possui mais de 9 mil funcionários no estado.
A intenção é retomar as negociações com a Copel. "Se isso não acontecer, vamos realizar novas paralisações nos dias 29 e 30 de novembro. Em caso de nova greve, vamos trabalhar junto às regionais próximas a Londrina, como a de Apucarana, que não aderiu à greve nesta quinta-feira", explicou.
A Copel oferece somente o reajuste para a correção da inflação de 5,5%. Além disso, representantes da empresa querem estabelecer uma compensação de hora para a escala de sobreaviso, quando o funcionário fica à disposição da Copel. No entendimento do Sindel, a empresa teria que pagar os valores que correspondem a esse período.
Em nota, a Copel informou que "esta é a melhor proposta possível diante do novo cenário econômico e do setor elétrico no País." A empresa alegou que a nova Medida Provisória 579 vai reduzir a receita das concessionárias de energia elétrica. A Copel negou que apenas os diretores tiveram reajuste salarial de 42% nos últimos dois anos. "Em setembro de 2011, o reajuste para os diretores foi de 7,3%, igual ao reajuste de todos os empregados. Em 2012, o reajuste foi de 2,78%, aplicado em fevereiro. Os diretores só terão novo reajuste em abril de 2013", esclarece a nota oficial.
Além do reajuste de 5,5% que equivale ao INPC acumulado entre 1º de outubro de 2011 e 30 de setembro de 2012, a empresa também oferece o pagamento de um abono no mês do acordo coletivo e reajustes de 8% no auxílio-creche, de 9% no auxílio-alimentação, de 5% no auxílio à pessoa com deficiência dependente do empregado e de 7% no teto do valor do auxílio educação.