O jornalismo perde João Milanez. Aos 85 anos, um dos fundadores da Folha de Londrina morreu na Santa Casa, por volta das 8h30 deste sábado (8). O velório começou às 14 horas no saguão da Prefeitura Municipal e o sepultamento foi marcado para as 10 horas de domingo, no Cemitério Parque das Oliveiras.
De acordo com informações do médico cardiologista Luiz Carlos Miguita, que passou a atender o jornalista em 1994, quando sofreu um quadro de infarto e precisou realizar as pressas um cateterismo, Milanez lutava contra um câncer de rim e deficiências pulmonares.
"Nos últimos seis meses, as internações ficaram bastante frequentes, principalmente na área das infecções pulmonares", avaliou o médico.
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Natural de Santa Catarina
João Milanez, natural da pequena Meleiro, extremo sul de Santa Catarina, saiu da roça para destacar-se no jornalismo nacional. Ele fundou jornal, rádio e televisão no Paraná. Fez fama, integrou comitivas presidenciais e visitou dezenas de países.
Nos arquivos do jornal Folha de Londrina, fundado por ele, não faltam fotos em que apareça ao lado de gente como Juscelino Kubistchek, Vera Fischer, Delfim Netto, Chacrinha, Ernesto Geisel, Alfredo Stroessner, entre outros.
Com seu jeito desbocado e expansivo, Milanez quebrava protocolos. Da sua boca saiam histórias engraçadas, irreverentes, fatos que o acompanharam durante toda a sua vida. Falava com desenvoltura das centenas de mulheres que teve e da vida maravilhosa que viveu.
Na certidão de nascimento, consta que Milanez nasceu em 15 de dezembro de 1925, mas na verdade o sexto filho de onze irmãos viera à luz dois anos antes, em 15/12/1923. O mesmo cartorário que o deixou dois anos mais novo também transformou o italianíssimo sobrenome Milanese em um quase espanhol Milanez.
Pé na estrada
Aos 22 anos foi tentar a vida em São Paulo. Com poucos dias em Sampa, conheceu um amigo que lhe convidou para vender títulos de capitalização, em Londrina. De cara, bolou uma jogada de marketing. Fez clientela e seu tino comercial o levou ao topo do jornalismo.
Tudo começou com um jornal semanal. Ele vendia, fotografava, participava de qualquer coisa que acontecesse em Londrina naquele fim de década de 1940.
O negócio prosperou com a cidade, que em menos de 80 anos de existência chegou aos 505 mil habitantes. A Folha de Londrina acompanhou o crescimento da cidade e da região.
O jornalista então deixou sua função de repórter para desempenhar o seu melhor papel: relações públicas. Dessa forma, construiu bons relacionamentos com todo mundo. Encampou diversos movimentos a favor do estado e da cidade.
>> Leia mais informações sobre a história de vida do jornalista João Milanez na edição deste domingo (09) da Folha de Londrina.