Os motoristas e cobradores aprovaram em assembleia realizada durante toda esta quinta-feira (19) proposta apresentada pelas empresas do transporte coletivo de Londrina. Participaram da votação 883 funcionários: 586 votaram a favor; 286 contra; e onze anularam ou votaram em branco. A aprovação da proposta oficializa o cancelamento da greve da categoria, mas não coloca um ponto final nas negociações entre profissionais e companhias. "O alto índice de rejeição, visto na assembleia, mostra que muitos pontos ainda incomodam os funcionários", observou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Londrina (Sinttrol), João Batista da Silva.
As empresas ofereceram 6% de reajuste salarial, dentro da inflação, e mais R$ 130 de vale-alimentação para cada um dos cerca de 800 funcionários do sistema - são 26 tíquetes de R$ 5 por mês. "Quanto menor é o salário do profissional, mais significativo é o aumento. Quem ganha menos acaba tendo um reajuste maior", explicou Silva. "Esperamos que as empresas cumpram com a palavra e resolvam, ainda, a data base deste ano, que foi decidida lá atrás, mas até agora não acordada", complementou.
O salário do cobrador vai de R$ 1.164 para R$ 1.234, alta de 16,53%. Já o vencimento do motorista de micro-ônibus aumentará de R$ 1.354 para R$ 1.435, aumento de 15,06%. O salário do motorista de ônibus convencional, por fim, sofrerá reajuste total de 12,51% e subirá de R$ 1.882 para R$ 1.995.
A categoria pede, ainda, readequações nas jornadas de trabalho, aumento no intervalo para o almoço e equiparação dos salários do motorista de micro-ônibus e do condutor de veículo convencional. "A proposta não foi aceita, mas vamos continuar discutindo. Vale lembrar que o problema na Londrisul é ainda maior, já que a empresa mantém funcionários dirigindo os chamados 'micrões', que não é nem micro nem ônibus convencional, e paga para os mesmos o menor salário", argumentou o presidente do Sinttrol.