Centenas de servidores públicos estaduais participaram da sessão desta terça-feira (28) da Câmara Municipal de Londrina. Em greve por conta do projeto de lei do Governo do Estado que prevê alterações no ParanaPrevidência, os funcionários lotaram as galerias do prédio do Legislativo para pedir apoio aos vereadores. "Liguem para os deputados de seus partidos, aqueles mesmos que vieram pedir para vocês ajudarem na campanha, e exijam bom senso e que eles votem contra o projeto do governo", solicitou aos parlamentares o professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Kennedy Piau Ferreira.
A proposta criticada pelo funcionalismo já foi aprovada em primeira discussão pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na segunda-feira (27) e deve voltar a ser discutida pelos deputados nesta quarta (29).
Kennedy Ferreira, membro do Sindiprol/Aduel, foi um dos representantes dos servidores ouvidos pelos vereadores na sessão desta terça-feira da Câmara de Londrina. Integrantes da Assuel, que representa os técnicos administrativos da UEL, e da APP-Sindicato, entidade representativa dos professores da Rede Estadual, também discursaram contra as alterações previstas ao ParanaPrevidência. "O projeto é perigoso e pernicioso e pode destruir o sistema previdenciário do Paraná no decorrer dos próximos anos", argumentou Silvia Colman, também do Sindiprol.
Pela proposta, 33,5 mil aposentados com 73 anos ou mais serão transferidos do Fundo Financeiro, mantido pelo Tesouro do Estado, para o Fundo Previdenciário (ParanaPrevidência). De acordo com o Governo, a medida garante economia mensal de R$ 125 milhões aos cofres do estado. "Nós não queremos que o Estado se utilize de um fundo que foi organizado a partir dos servidores para resolver problemas de caixa que nós aqui não sabemos como foram criados", destacou a professora.
Já Nelson Antônio da Silva, da APP-Sindicato, lembrou da truculência sofrida pelos professores estaduais que estão acampados nas proximidades do Centro Cívico, em Curitiba, durante a madrugada desta terça-feira. "A Polícia Militar (PM) tentou assaltar o nosso acampamento e levar o carro de som do sindicato. Os policiais se utilizaram de meios truculentos para confrontar os professores", destacou.
Conforme ele, muitos manifestantes ficaram feridos após serem agredidos pela PM. "Os professores foram espancados e sofreram com as bombas de efeito moral lançadas pelos policiais", afirmou. Silva lembrou que o Paraná já havia vivido um momento como o atual em 1988, quando o então governador Alvaro Dias (PSDB) também utilizou as forças policiais para confrontar professores. "Precisamos repudiar esse tipo de situação violenta e covarde", destacou.
A Câmara Municipal deve aprovar, ainda hoje, um voto de repúdio contra a ação da PM em Curitiba. Já os servidores deixaram o prédio do Legislativo no meio da tarde para se reunir com o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) e também pedir o apoio dele.